Introdução: A má oclusão Classe II de Angle é caracterizada por uma discrepância dentária ânteroposterior que pode ou não estar associada de alterações esqueléticas, como a deficiência mandibular. Embora o Bionator de Balters seja considerado um dos aparelhos funcionais universalmente mais utilizados para o seu tratamento, sabe-se que para que se tenha uma intervenção bem-sucedida, a colaboração do paciente em aderir às recomendações de uso do aparelho mostra-se necessária, sendo imprescindível sua utilização pelo tempo determinado. Objetivo: Avaliar a influência do monitoramento do tempo de uso do Bionator de Balters no tratamento da má oclusão de classe II em paciente pediátrica com atresia maxilar e diagnosticada com a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS). Conduta clínica: Uma paciente de 9 anos de idade que apresentava má oclusão de Classe II, divisão 1ª, atresia maxilar, retrusão mandibular e mordida aberta esquelética e diagnosticada com SAOS foi tratada inicialmente com aparelho Hyrax, sendo realizado o protocolo de expansão rápida da maxila. Posteriormente, foi utilizado o aparelho Bionator de Balters para avanço mandibular, no qual foi incorporado o microchip eletrônico TheraMon® permitindo o monitoramento do seu tempo de uso diário. A paciente foi instruída a utilizá-lo por 16 horas diárias durante um período de 12 meses e mostrou-se colaborativa durante todo o tratamento. Resultados: Foi possível observar um aumento do perímetro do arco, melhora da relação sagital, aumento da capacidade aérea nasal e redução do Índice de Apneia e Hipopneia (IAH), passando de um caso moderado para leve promovendo uma melhor qualidade de vida à paciente. Conclusão: A possibilidade de acompanhar de forma precisa o tempo de uso do dispositivo contribuiu significativamente para o sucesso terapêutico pois, não apenas motivou a paciente a utilizar o aparelho regularmente, mas também foi crucial para a obtenção de bons resultados no tratamento.