Introdução: Segundo a OMS, na última década, 1 a cada 10 nascimentos era de parto prétermo. Complicações gravídicas que podem restringir o crescimento intrauterino ou antecipar o nascimento de bebê abaixo do peso são potenciais fatores de risco para posteriores alterações morfológicas em estruturas orofaciais. Objetivo: Identificar dentre os levantamentos bibliográficos condições perinatais determinantes a futuros desequilíbrios orofaciais. Método: Buscaram-se artigos, de 2014 a 2024, nas bases Cochrane Library, Web of Science, Embase e PubMed, usando os descritores “premature birth”, “facial asymmetry”, “dental occlusion” e “maxillofacial development” associados a operadores Booleanos. Dos 58 artigos encontrados, 10 artigos atenderam aos critérios de inclusão temática, irrepetibilidade e data. Resultados: Pesquisas apontam que recém-nascidos abaixo do peso, submetidos a intubação orotraqueal, têm predisposição a alterações morfológicas no palato, hábitos de respiração bucal e de sucção não nutritiva. Com abóbada profunda e assimétrica, o palato estreito pode favorecer, no curso da formação das dentições decídua e permanente, mordida cruzada posterior, erupções dentárias desviadas da linha média, apinhamento dentário, má oclusão de Classe II (Angle), contatos prematuros dentários ou sobremordida profunda. Conclusão: Recém-nascidos prematuros devem ter acompanhamento transprofissional, no qual a intervenção odontológica pode adotar tratamentos preventivos para, igualmente, minorar prejuízos aos tecidos ou às funções de estruturas orofaciais. A ausência de um diagnóstico ou intervenção precoces e o estímulo de hábitos deletérios podem contribuir para o desenvolvimento de assimetrias no terço inferior da face e na cavidade bucal, afetando a qualidade de vida relacionada à saúde oral.