Introdução: O granuloma piogênico é frequentemente associado à expansão dos tecidos moles, sendo de natureza não neoplásica, representando uma resposta tecidual a um irritante local ou trauma. Tipicamente, o crescimento é um nódulo indolor de fácil sangramento devido à sua extrema vascularização. Estudos revelam que existe uma predileção pelo sexo feminino, possivelmente devido aos efeitos vasculares dos hormônios desse grupo. O granulomas piogênico da gengiva frequentemente se desenvolvem em mulheres grávidas, sendo denominados como tumor gravídico ou granuloma gravídico. Com isso, o crescimento gradual no desenvolvimento destas lesões durante a gravidez pode estar relacionado ao aumento dos níveis de estrogênio e progesterona neste período. Objetivo: deste trabalho é relatar um caso de granuloma gravídico em duas gestações distintas. Conduta clínica: Paciente de 22 anos, gestante, veio encaminhada ao Ambulatório de Estomatologia da Universidade Estadual de Londrina e ao exame físico apresentou um nódulo pediculado em gengiva na região dos elementos 11 e 21, de cor vermelho arroxeada. Durante a anamnese a paciente relatou em sua gestação anterior tinha tido o mesmo problema, o que foi confirmado ao resgatar o prontuário da paciente. Devido à extensão da lesão, história de sangramento e comprometimento estético, foi realizada biópsia excisional com raspagem dos dentes adjacentes. Resultados: O exame histopatológico mostrou presença de fragmentos de mucosa com epitélio escamoso estratificado ulcerado e tecido conjuntivo apresentando formação de tecido de granulação e infiltrado inflamatório crônico, confirmando a hipótese diagnóstica de granuloma gravídico. Conclusão: Por se tratar de uma lesão reacional e com alto risco de recidiva vale ressaltar a importância de alertar a paciente quanto à necessidade de controle de biofilme, principalmente em pacientes gestantes.