Os Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) surgiram com o objetivo de aumentar a resolutividade da atenção básica de saúde. Dentro desse sistema existem várias especialidades. Os pacientes são encaminhados para o serviço de atenção secundária pela equipe de saúde bucal das unidades básicas de saúde (UBS). É importante que identifiquemos as dificuldades e fragilidades encontradas na gestão, para que o usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) não encontre dificuldades para realizar seu tratamento. O objetivo deste artigo foi relatar a experiência da rede de saúde bucal do município de Fernandópolis – SP com relação aos problemas encontrados nos encaminhamentos para o CEO. Este trabalho consistiu em um estudo descritivo, no qual se buscou pontuar o caminho percorrido pelo paciente da UBS ao CEO, ou seja, do diagnóstico ao tratamento. Para tal, foi realizado o levantamento das guias de referência e contra-referência dos pacientes encaminhados para o CEO, durante os últimos 3 anos. Foi observada a falta de dados pessoais, como: endereço, idade e ocupação, além da descrição deficitária dos achados da doença atual e das doenças pregressas nas fichas de referência. Diversos cirurgiões-dentistas da rede primária não respeitam o protocolo de atendimento da rede secundária, resultando em um grande número de pacientes com tratamentos que poderiam ser realizados na UBS encaminhados erroneamente ao CEO. Isso se deve a falta de experiência ou medo do profissional para realizar alguns procedimentos odontológicos, como exodontias de dentes permanentes ou atendimento de pacientes com necessidades especiais. Dessa forma, podemos verificar a importância da educação continuada a fim de capacitar os cirurgiões-dentistas da rede pública do município de Fernandópolis – SP e, também, a necessidade de enfatizar os protocolos de encaminhamento para o CEO.