A extração de terceiro molar é um dos procedimentos mais frequentemente realizados na clínica odontológica, e está associado a inúmeras complicações trans e pós-operatórias como dor, fratura de mandíbula, edema, sangramento e osteíte alveolar localizada. Para os pacientes mais suscetíveis a infecções, como diabéticos, usuários crônicos de corticóides e aqueles sob maior risco de endocardite, a profilaxia antibiótica é algo já consolidado na literatura científica. Porém, muitos profissionais recomendam o uso profilático de antibióticos, mesmo que o paciente não apresente nenhuma sintomatologia prévia ou comorbidade. Presume-se que o uso de antibióticos possa minimizar os riscos de infecção e a incidência dessas complicações pós-operatórias. O objetivo deste trabalho foi avaliar as evidências científicas que justifiquem a prescrição de antibióticos para pacientes saudáveis, submetidos a extrações de terceiros molares. Para tal foram utilizadas 35 publicações entre 2003 e 2014, incluindo estudos clínicos randomizados e revisões sistemáticas. Apenas situações muito específicas justificariam tal conduta: (1) pacientes com sintomatologia prévia; (2) posição desfavorável do terceiro molar implicando maior necessidade de ostectomia e / ou odontosecção com consequente extensão do tempo cirúrgico; (3) padrão deficiente de higiene oral; e (4) as pessoas idosas. Conclui-se que não há evidências que sustentem o uso de antibióticos profiláticos para todas as extrações de terceiros molares em pacientes saudáveis.