Revista de Odontologia da UNESP
https://revodontolunesp.com.br/article/588018ca7f8c9d0a098b4e0e
Revista de Odontologia da UNESP
Original Article

Dental caries and non-fluorotic enamel defects in nourished and  malnourished  school children

Cárie dentária e defeitos não fluoróticos de esmalte em escolares nutridos e em risco nutricional

Santos, Maíra Malikoski dos; Marques, Rodrigo Augusto; Ditterich, Rafael Gomes; Wambier, Denise Stadler; Lopes, Célia Maria da Lozzo; Baldani, Márcia Helena

Downloads: 1
Views: 1057

Abstract

Objective: To explore the associations among dental caries, non-fluorotic enamel defects (DDE) and nutritional risk. Matherial and method: The sample consisted of 325 children from 7 to 10 years of age, enrolled in public schools in Ponta Grossa, whose teeth were examined by calibrated researchers. The dmf-t and DMF-T index, for caries, and the modified DDE index, for enamel defects, were used, according to the methodology recommended by the World Health Organization. For identification of nutritional risk, the children were submitted to anthropometric assessment, which was performed as the recommendation of the Ministry of Health, considering the parameter weight / age. Data were analysed by non-parametric tests, considering differences between nourished and malnourished children. To identify the association between dental caries and DDE odds ratios were estimated, adjusted for age, gender and nutritional risk, with a confidence interval of 95%. Result: It was identified 42 (12,9%) malnourished children. The prevalence of dental caries in the permanent dentition was 17,3%, and in the deciduous, it was 67,7%. The percentage of children with DDE in permanent teeth was 35.5%, and in deciduous it was 5,3%. There were associations between nutritional risk and DDE in permanent first molars. There were no associations between nutritional risk and dental caries. The adjusted multivariate analysis indicated that children with DDE in permanent teeth had double the odds of having dental caries in this dentition. Conclusion: These results confirm the relationship between DDE and dental caries in permanent teeth.

Keywords

Child, dental caries, dental enamel, abnormalities, nutritional status

Resumo

Objetivo: foi explorar as associações entre cárie, defeitos não-fluoróticos de esmalte (DDE), e risco nutricional. Material e método: A amostra constou de 325 crianças, entre 7 e 10 anos de idade, matriculadas em escolas públicas de Ponta Grossa, cujos dentes foram examinados por pesquisadores calibrados. Foram utilizados os índices ceo-d e CPO-D para cárie, e o índice DDE modificado para alterações de esmalte, segundo metodologia da Organização Mundial da Saúde. As crianças foram submetidas à avaliação antropométrica para identificação do risco nutricional, o qual foi definido segundo recomendação do Ministério da Saúde, considerando-se o parâmetro peso/ idade. Os dados obtidos foram analisados mediante testes não paramétricos, considerando as diferenças entre crianças com e sem risco nutricional. Para verificar a associação entre cárie dentária e DDE foi utilizado o cálculo de odds ratio, bruto e ajustado por idade, gênero e risco nutricional, com intervalo de confiança de 95%. Resultado: Identificou-se 42 (12,9%) crianças em risco nutricional. A prevalência de cárie na dentição permanente foi de 17,3%, e na decídua de 67,7%. O percentual de crianças que apresentaram DDE em dentes permanentes foi de 35,5% e em dentes decíduos foi de 5,3%. Foi identificada associação entre risco nutricional e DDE em primeiros molares permanentes. Não houve associação entre risco nutricional e cárie. A análise ajustada demonstrou que as crianças que possuíam DDE em dentes permanentes tiveram o dobro das chances de apresentarem cárie nesta dentição. Conclusão: Os resultados confirmam a relação entre DDE e cárie dentária em dentes permanentes.

Palavras-chave

Criança, cárie dentária, esmalte dentário, anormalidades, estado nutricional

References



1. Alvarez JO. Nutrition, tooth development and dental caries. Am J Clin Nutr. 1995; 61: 410-6.

2. Batista LRV, Moreira EAM, Corso ACT. Alimentação, estado nutricional e condição bucal da criança. Rev Nutr. 2007; 2: 191-6.

3. Moyniham PJ. The role of diet and nutricion in the etiology and prevention of oral diseases. Bull World Health Organization. 2005; 83: 694-9.

4. Massoni, ACLT, Oliveira AFB, Chaves AAB, Sampaio FC, Rosenblatt A. Fatores socioeconômicos relacionados ao risco nutricional e sua associação com a freqüência de defeitos do esmalte em crianças da cidade de João Pessoa, Paraíba, Brasil. Cad Saúde Pública. 2007; 12: 2928-37.

5. Hanser-Ducatti C, Puppin-Rontani RM, Bastos HD, Carvalho LR. Relação entre estado nutricional e alterações do esmalte dental em escolares de Botucatu – SP. Cienc Odontol Bras. 2004; 1 (7): 84-92.

6. FDI. Comisssion on Oral Health, Research and Epidemiology. An epidemiological index of developmental defects of dental enamel (DDE Index). Int Dent J. 1982; 32: 159-67.

7. Chaves AM, Rosenblatt A, Oliveira OF. Enamel defects and its relation to life course events in primary dentition of Brazilian children: a longitudinal study. Community Dent Health. 2007; 24: 31-6.

8. Marshall TA, Eichinberger-Gilmore JM, Broffitt BA, Warren JJ, Levy SM. Dental caries and childhood obesity: roles of diet and socioeconomic status. Commun Dent Oral Epidemiol. 2007; 6: 449-58.

9. Granville-Garcia AF, Menezes VA, Lira PI, Ferreira JM, Leite-Cavalcanti A. Obesity and dental caries among preschool children in Brazil. Rev Salud Publica. 2008; 5: 788-95.

10. Oliveira LB, Sheiham A, Bönecker M. Exploring the association of dental caries with social factors and nutritional status in Brazilian preschool children. Eur J Oral Sci. 2008; 116: 37-43.

11. Alvarez JO, Caceda J, Wooley T, Carley KW, Baiocchi N, Caravedo L, et al. A longitudinal study of dental caries in the primary teeth of children who suffered from infant malnutrition. J Dent Res. 1993; 72: 1573-6.

12. Ribeiro AG, Oliveira AF, Rosenblatt A. Cárie precoce na infância: prevalência e fatores de risco em pré-escolares, aos 48 meses, na cidade de João Pessoa, Paraíba, Brasil. Cad Saúde Pública. 2005; 6: 1695-700.

13. Golpaygani MV, Mehrdad K, Mehrdad A, Ansari G. An evaluation of the rate of dental caries among hypoplastic and normal teeth: a case control study. Res J Biol Sci. 2009; 4: 537-41.

14. Beltrán-Valladares PR, Cocom-Tun H, Casanova-Rosado JF, Vallejos-Sánchez AA, Medina-Solís CE, Maupomé G. Caries prevalence and some associated factors in 6-9-year-old schoolchildren in Campeche, Mexico. Rev Biomed. 2006; 17: 25-33.

15. Oliveira AFB, Chaves AMB, Rosenblatt A. The influence of enamel defects on the development of early childhood caries in a population with low socioeconomic status: a longitudinal study. Caries Res. 2006; 40: 296-302.

16. Hoffman RHS, Souza MLR, Cypriano S. Prevalência de defeitos de esmalte e sua relação com cárie dentária nas dentições decídua e permanente, Indaiatuba, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2007; 2: 435-44.

17. Peres MA, Peres KG. Levantamentos epidemiológicos em saúde bucal – um guia para os serviços de saúde. In: Antunes JLF, Peres MA. Epidemiologia da saúde bucal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006, p. 19-31.

18. Brasil. Ministério da Saúde. Projeto SB2000. Condições de Saúde Bucal da população brasileira. Manual do Examinador. Brasília: Ministério da Saúde; 2001.

19. Gordon CC, Chumlea WC, Roche AF. Stature, recumbent length, and weight. In: Lohman TG, Roche AF, Martorell R, editors. Anthropometric standardization reference manual. Champaign, Illinois: Human Kinetcs Books; 1988. p. 3-8.

20. Brasil. Ministério da Saúde. SISVAN. Orientações básicas para a coleta, o processamento e a análise de dados e a informação em serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2004.

21. Traebert JL, Peres MA, Galesso ER, Zabot NE, Marcenes W. Prevalência e severidade da cárie dentária em escolares de seis e doze anos de idade. Rev Saúde Pública. 2001; 35: 283-8.

22. Hoffman RHS, Cypriano S, Souza MLR, Wada RS. Experiência de cárie dentária em crianças de escolas públicas e privadas de um município com água fluoretada. Cad Saúde Pública. 2004; 2: 522-8.

23. Lunardelli SE, Peres MA. Defeitos de desenvolvimento de esmalte não-fluoróticos na dentição decídua. In: Antunes JLF, Peres MA. Epidemiologia da saúde bucal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006. p. 165-79.

24. Soviero V, Haubek D, Trindade C, Da Matta T, Pousen S. Prevalence and distribution of demarcated opacities and their sequelae in permanent 1st molars and incisors in 7 to 13-year-old Brazilian children. Acta Odontol Scand. 2009; 67: 170-5.

25. Peres MA, Latorre MRDO, Sheiham A, Peres KGA, Barros FC, Hernandez PG, et al. Social and biological early life influences on severity of dental caries in children aged 6 years. Community Dent Oral Epidemiol. 2005; 33: 53-63.

26. Costa DP, Mota ACM, Bruno GB, Almeida MEL, Fonteles CSR. Desnutrição energético-protéica e cárie dentária na primeira infância. Rev Nutr. 2010; 23: 119-26.

27. Silva MV, Ometto AMH, Furtuoso COM, Pipitone MAP, Sturion GL. Acesso à creche e estado nutricional das crianças brasileiras: diferenças regionais, por faixa etária e classes de renda. Rev Nutr. 2000; 13: 193-9.

28. Nicolau B, Thomson WM, Steele JG, Allison PJ. Life-course epidemiology: concepts and theoretical models and its relevance to chronic oral conditions. Community Dent Oral Epidemiol. 2007; 35: 241-9.

29. Guimarães RC, Couto GBL, Vasconcelos MMVB, Botelho KVG. Perfil epidemiológico de pacientes infantis, nutridos e desnutridos. Clin Cientif. 2002; 1: 103-8.

30. Casanova-Rosado AJ, Medina-Solís CE, Casanova-Rosado JF, Vallejos-Sánchez AA, Maupomé G, Ávila-Bursog L. Dental caries and associated factors in Mexico schoolchildren aged 6-13 years. Acta Odontol Scand. 2005; 63: 245-51.
588018ca7f8c9d0a098b4e0e rou Articles
Links & Downloads

Rev. odontol. UNESP

Share this page
Page Sections