Dental caries and non-fluorotic enamel defects in nourished and malnourished school children
Cárie dentária e defeitos não fluoróticos de esmalte em escolares nutridos e em risco nutricional
Santos, Maíra Malikoski dos; Marques, Rodrigo Augusto; Ditterich, Rafael Gomes; Wambier, Denise Stadler; Lopes, Célia Maria da Lozzo; Baldani, Márcia Helena
Rev. odontol. UNESP, vol.39, n5, p.277-283, 2010
Abstract
Objective: To explore the associations among dental caries, non-fluorotic enamel defects (DDE) and nutritional risk. Matherial and method: The sample consisted of 325 children from 7 to 10 years of age, enrolled in public schools in Ponta Grossa, whose teeth were examined by calibrated researchers. The dmf-t and DMF-T index, for caries, and the modified DDE index, for enamel defects, were used, according to the methodology recommended by the World Health Organization. For identification of nutritional risk, the children were submitted to anthropometric assessment, which was performed as the recommendation of the Ministry of Health, considering the parameter weight / age. Data were analysed by non-parametric tests, considering differences between nourished and malnourished children. To identify the association between dental caries and DDE odds ratios were estimated, adjusted for age, gender and nutritional risk, with a confidence interval of 95%. Result: It was identified 42 (12,9%) malnourished children. The prevalence of dental caries in the permanent dentition was 17,3%, and in the deciduous, it was 67,7%. The percentage of children with DDE in permanent teeth was 35.5%, and in deciduous it was 5,3%. There were associations between nutritional risk and DDE in permanent first molars. There were no associations between nutritional risk and dental caries. The adjusted multivariate analysis indicated that children with DDE in permanent teeth had double the odds of having dental caries in this dentition. Conclusion: These results confirm the relationship between DDE and dental caries in permanent teeth.
Keywords
Child, dental caries, dental enamel, abnormalities, nutritional status
Resumo
Objetivo: foi explorar as associações entre cárie, defeitos não-fluoróticos de esmalte (DDE), e risco nutricional. Material e método: A amostra constou de 325 crianças, entre 7 e 10 anos de idade, matriculadas em escolas públicas de Ponta Grossa, cujos dentes foram examinados por pesquisadores calibrados. Foram utilizados os índices ceo-d e CPO-D para cárie, e o índice DDE modificado para alterações de esmalte, segundo metodologia da Organização Mundial da Saúde. As crianças foram submetidas à avaliação antropométrica para identificação do risco nutricional, o qual foi definido segundo recomendação do Ministério da Saúde, considerando-se o parâmetro peso/ idade. Os dados obtidos foram analisados mediante testes não paramétricos, considerando as diferenças entre crianças com e sem risco nutricional. Para verificar a associação entre cárie dentária e DDE foi utilizado o cálculo de odds ratio, bruto e ajustado por idade, gênero e risco nutricional, com intervalo de confiança de 95%. Resultado: Identificou-se 42 (12,9%) crianças em risco nutricional. A prevalência de cárie na dentição permanente foi de 17,3%, e na decídua de 67,7%. O percentual de crianças que apresentaram DDE em dentes permanentes foi de 35,5% e em dentes decíduos foi de 5,3%. Foi identificada associação entre risco nutricional e DDE em primeiros molares permanentes. Não houve associação entre risco nutricional e cárie. A análise ajustada demonstrou que as crianças que possuíam DDE em dentes permanentes tiveram o dobro das chances de apresentarem cárie nesta dentição. Conclusão: Os resultados confirmam a relação entre DDE e cárie dentária em dentes permanentes.
Palavras-chave
Criança, cárie dentária, esmalte dentário, anormalidades, estado nutricional
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