A violência familiar contra crianças vem sendo apontada como uma das principais causas de morbi-mortalidade para essa faixa etária. Dado seu caráter multifatorial, deve ser identificada por todos os profissionais que lidam com este público, inclusive os professores, de modo a contribuir para o enfrentamento do problema. Este estudo teve como objetivo avaliar o preparo dos professores de educação infantil das escolas públicas e privadas da cidade de Araçatuba-SP, no que se refere à percepção, atitude e notificação dos casos de violência familiar contra a criança. Foram visitadas todas as instituições de ensino infantil do município e depois de esclarecidos quanto aos objetivos da pesquisa, os profissionais que consentiram (n 236), responderam a um questionário com perguntas abertas e fechadas relativas ao conhecimento deles sobre o tema. Os dados foram digitados no programa Epi Info, versão 3.2 e analisados quanti-qualitativamente. Quanto aos pesquisados, 41,5% possuem entre 30 e 39 anos, 70,8% trabalham somente em escola pública, 90,3% possuem curso superior. 91,1% se consideram responsáveis pela notificação e 86,9% se dizem capazes de apontar situações de agressão. 80,9% declararam receber informações a respeito da violência contra criança, durante a formação profissional, contudo a maior parte (67,7%) sente-se insegura quanto à identificação dos casos. Conclui-se que mesmo alegando possuir formação para proceder ante a violência familiar, a maioria dos profissionais pesquisados ainda não se sente preparada para isso, o que pode gerar negligência