Prevalence of malocclusion in 3 to 6 year-old sucking habit children
Prevalência de má oclusão em crianças de 3 a 6 anos portadoras de hábito de sucção de dedo e/ou chupeta
Boeck, Eloisa Marcantonio; Pizzol, Karina Eiras Dela Coleta; Barbosa, Eduarda Geralda Pinheiro; Pires, Naiara Cristina de Almeida; Lunardi, Nádia
http://dx.doi.org/10.1590/S1807-25772013000200008
Rev. odontol. UNESP, vol.42, n2, p.110-116, 2013
Abstract
The malocclusion, due to its high prevalence in the population is currently considered a public health problem. Considering the association between oral habits and malocclusion, knowledge of the epidemiology of occlusal alterations in children with non-nutritive sucking can contribute to the establishment of public policies. Objective: To assess the prevalence of malocclusion in children in primary dentition phase with deleterious habits of finger sucking and/or pacifier. Material and method: The study involved 135 children of both genders, aged 3-6 years, with non-nutritive sucking habits. The history of finger sucking and/or pacifier was raised by a questionnaire given to parents and guardians. Clinical assessment of malocclusion was performed by a single examiner previously calibrated in order to minimize possible errors of the method. Result: Malocclusion was found in 87.4% of children. There was a 72% prevalence of anterior open bite, followed by maxillary atresia with 62.2%, posterior cross bite with 26.3%, anterior cross bite with 3.4%, crowding and top-to-end corresponding to 5.1% of the sample. The most common harmful habit was the pacifier-sucking, present in 76.3% of the sample, while the same was distributed as follows: 20% in the isolated, 25.9% associated with other deleterious habits, 3% associated the finger, 26.7% associated with bottle and 0.8% associated with finger and bottle. Already finger sucking was found in 25.9% of the sample, 14.1% in isolation. Conclusion: Children with nonnutritive sucking during the deciduous dentition show a high prevalence of malocclusion. No statistically differences were found between genders and age groups in relation to malocclusion type and habit.
Keywords
Malocclusion, dentition, primary, habits.
Resumo
A má oclusão, pela sua elevada prevalência na população, é considerada atualmente um problema de saúde pública. Considerando-se a associação entre hábitos bucais deletérios e más oclusões, o conhecimento da epidemiologia das alterações oclusais em crianças portadoras de sucção não nutritiva pode contribuir com a instituição de políticas públicas. Objetivo: Avaliar a prevalência de má oclusão em crianças na fase de dentadura decídua portadoras de hábitos deletérios de sucção, quer sejam de dedo e/ou chupeta. Material e método: O estudo envolveu 135 crianças de ambos os gêneros, na faixa etária de 3 a 6 anos, portadoras de hábitos de sucção não nutritiva. O histórico de sucção de dedo e/ou chupeta foi levantado por questionário direcionado aos pais e responsáveis. A avaliação clínica das más oclusões foi realizada por um único examinador, previamente calibrado, visando minimizar eventuais erros do método. Resultado: A má oclusão foi encontrada em 87,4% das crianças. Verificou-se uma prevalência de 72% de mordida aberta anterior, seguida de atresia maxilar com 62,2%, mordida cruzada posterior com 26,3%, mordida cruzada anterior com 3,4% e apinhamento e topo a topo correspondendo a 5,1% da amostra. O hábito deletério mais frequente foi o de sucção de chupeta, presente em 76,3% da amostra, sendo que o mesmo estava distribuído da seguinte maneira: 20% na forma isolada, 25,9% associado a outros hábitos deletérios, 3% associado a dedo, 26,7% associado à mamadeira e 0,8% associado a dedo e mamadeira. Já a sucção digital foi encontrada em 25,9% da amostra, sendo 14,1% na forma isolada. Conclusão: Crianças portadoras de sucção não nutritiva durante a fase de dentadura decídua apresentam elevada prevalência de má oclusão. Não se encontraram diferenças estatisticamente significantes entre os gêneros e as faixas etárias no que se refere à má oclusão e ao tipo de hábito.
Palavras-chave
Má oclusão, dentição primária, hábitos.
Referências
1. Organização Mundial da Saúde. Levantamento epidemiológico básico de saúde bucal:manual de instruções. 3ª ed. São Paulo: Santos; 1991.
2. Tomita NE, Bijella V T, Franco LJ. Relação entre hábitos bucais e má oclusão em pré-escolares. Rev Saúde Pública. 2000; 34: 299-303. PMid:10920454. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102000000300014
3. Bezerra PKM, Cavalcanti AL. Características e distribuição das maloclusões em pré-escolares. Rev Cienc Med Biol. 2006; 5:117-23.
4. Carvalho CM, Carvalho LFPC, Forte FDS, Aragão MS, Costa LJ. Prevalência de mordida aberta anterior em crianças de 3 a 5 anos em Cabedelo/PB e relação com hábitos bucais deletérios. Pesq Bras Odontoped Clin Integ. 2009; 9:205-10. http://dx.doi.org/10.4034/1519.0501.2009.0092.0012
5. Fernandes KP, Amaral MT. Freqüência de maloclusões em escolares na faixa etária de 3 a 6 anos, Niterói, Brasil. Pesq Bras Odontoped Clin Integr. 2008; 8:147-51. http://dx.doi.org/10.4034/1519.0501.2008.0082.0003
6. Gimenez CMM, Moraes ABA, Bertoz AP, Bertoz FA, Ambrosano GB. Prevalência de más oclusões na primeira infância e sua relação com as formas de aleitamento e hábitos infantis. Rev Dent Press Ortodon Ortop Facial. 2008; 13:70-83. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-54192008000200009
7. Pizzol KEDC, Montanha SS, Fazan ET, Boeck EM, Rastelli ANS. Prevalência dos hábitos de sucção não nutritiva e sua relação com a idade, gênero e tipo de aleitamento em pré-escolares da cidade de Araraquara. Rev CEFAC. 2012; 14:506-15. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462012005000001
8. Thomaz EBAF, Valença AMG. Prevalência de má-oclusão e fatores relacionados à sua ocorrência em pré-escolares da cidade de São Luís – MA – Brasil. RPG: Rev Pós Grad. 2005; 12:212-21.
9. López FU, Cezar GM, Ghisleni GL, Farina JC, Beltrame KP, Ferreira ES. Prevalência de maloclusão na dentição decídua. Rev Fac Odontol Porto Alegre. 2001; 43(2):8-11.
10. Leite-Cavalcanti A, Medeiros-Bezerra PK, Moura C. Aleitamento natural, aleitamento artificial, hábitos de sucção e maloclusões em pré-escolares brasileiros. Rev Salud Pública. 2007; 9:194-204. http://dx.doi.org/10.1590/S0124-00642007000200004
11. Rochelle IMF, Tagliaferro EPS, Pereira AC, Meneghim MC, Nóbilo KA, Ambrosano GMB. Amamentação, hábitos bucais deletérios e oclusopatias em crianças de cinco anos de idade em São Pedro, SP. Dental Press J Orthod. 2010; 15:71-81. http://dx.doi.org/10.1590/S2176-94512010000200010
12. Amary ICM, Rossi LAF, Yumoto VA, Ferreira VJA, Marchesan IQ. Hábitos deletérios – alterações de oclusão. Rev CEFAC. 2002; 4:123-6.
13. Katz CRT, Rosenblatt A, Gondim PPC. Hábitos de sucção, padrão de crescimento facial e alterações oclusais em pré-escolares do Recife – PE. J Bras Ortodon Ortop Facial. 2002; 7(40):306-13.
14. Serra-Negra JMC, Pordeus IA, Rocha Junior JF. Estudo da associação entre aleitamento, hábitos bucais e maloclusões. Rev Odontol Universidade São Paulo. 1997; 11(2):79-86. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-06631997000200003
15. Albuquerque Junior HR, Barros AM, Braga JPV, Carvalho MF, Maia MCG. Hábito bucal deletério e má-oclusão em pacientes da clínica infantil do curso de odontologia da Universidade de Fortaleza. Rev Bras em Promoção de Saúde. 2007; 20(1):40-5. http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2007.p40
16. Albuquerque SSL, Duarte RC, Cavalcanti AL, Beltrão EM. Prevalência de más oclusões em crianças com 12 a 36 meses de idade em João Pessoa, Paraíba. R Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2009; 14:50-7. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-54192009000600007
17. Gallardo VP, Cencillo CP. Prevalencia de los hábitos bucales y alteraciones dentarias en escolares valencianos. An Pediatr (Barc). 2005; 62:261-5. http://dx.doi.org/10.1157/13071842
18. Mendes ACR, Valença AMG, Lima CCM. Associação entre aleitamento, hábitos de sucção não-nutritivos e maloclusões em crianças de 3 a 5 anos. Cienc Odontol Bras. 2008; 11: 67-75.
19. Sousa FRN, Taveira GS, Almeida RVD, Padilha WWN. O aleitamento materno e sua relação com hábitos deletérios e maloclusão dentária. Pesq Bras Odontoped Clin Integr. 2004; 4: 211-16.
20. Carvalho DM, Alves JB, Alves MH. Prevalência de maloclusões em escolares de baixo nível socioeconômico. RGO. 2011; 59:71-7.
21. Cavassani VGS, Ribeiro SG, Nemi SK, Greco AM, Khöle J, Lehn CN. Hábitos orais de sucção: estudo piloto em população de baixa renda. Rev Bras Otorrinolaringol. 2003; 69:106-110. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-72992003000100017
22. Ferreira FV, Marchionatti AM, Oliveira MDM, Praetzel JR. Associação entre a duração do aleitamento materno e sua influência sobre o desenvolvimento de hábitos orais deletérios. RSBO: Rev Sul-Bras Odontol. 2010; 7:35-40.
23. Johanns CM, Silvério K, Furkim AM, Marchesan I. Há relação de hábitos orais deletérios com a tipologia facial e a oclusão dentária?. Rev CEFAC. 2011; 13:1095-102 http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011005000060
24. Silva EL. Hábitos bucais deletérios. Rev Para Med. 2006; 20:47-50.
25. Gondim CR, Barbosa MA, Dantas RMX, Ribeiro ED, Massoni ACLT, Padilha WWN. Mordida aberta anterior e sua associação com os hábitos de sucção não-nutritiva em pré-escolares. RGO. 2010; 58:475-80.
26. Polling R. A method of finishing the occlusion. Am J Orthod. 1999; 115:476-87.
27. Rocha MAM, Castilho SD. Chupeta - revisão histórica e visão multidisciplinar: prós e contras. J Pediatr. 2009; 85:480-9. http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572009000600003
28. Lima GN, Cordeiro CM, Justo JS, Rodrigues LCB. Mordida aberta anterior e hábitos orais em crianças. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2010; 15: 237-45.
29. Tschill P, Bacon W, Sonko A. Malocclusion in the deciduous dentition of Caucasian children. Eur J Orthod. 1997; 19:361-7. PMid:9308256. http://dx.doi.org/10.1093/ejo/19.4.361
30. Sousa RL, Lima RB, Florêncio Filho C, Lima KC, Diógenes AMN. Prevalência e fatores de risco da mordida aberta anterior na dentadura decídua completa em pré-escolares na cidade de Natal/RN. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2007; 12:129-38. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-54192007000200017