Introdução: Os odontomas são considerados hamartomas odontogênicos com etiologia desconhecida, subdivididos em complexos e compostos. Os primeiros, formam aglomerados de tecidos de origem dentária desorganizados, mais comuns na mandíbula posterior. Já os odontomas compostos são constituídos por vários dentículos, acometendo preferencialmente a região anterior da mandíbula e maxila. Geralmente assintomáticos, identificados em radiografias de rotina como lesões com estrutura interna radiopaca e borda radiolúcida. Raramente atingem grandes proporções que causem expansão óssea e deformidade facial. O tratamento é cirúrgico com bom prognóstico e baixo risco de recorrência. Objetivo: relatar um caso de odontoma complexo gigante, enfatizando as características clínicas, radiográficas e tratamento. Paciente de 09 anos de idade, leucoderma, sexo masculino, ASA 2, com diabetes tipo 1, encaminhado por não ter erupcionado o dente 46. Clinicamente, apenas alterações no exame intraoral, com expansão da cortical óssea vestibular, em região do dente 46, dura à palpação e indolor. Conduta clínica: solicitada radiografia panorâmica que revelou uma lesão heterogeneamente radiopaca circundada por halo radiolúcido, deslocando o dente 46 apicalmente em direção à base da mandíbula. A tomografia computadorizada confirmou as características da imagem panorâmica, revelando uma lesão hiperdensa circundada por halo hipodenso causando a expansão das corticais vestibular e lingual. As hipóteses diagnósticas foram de odontoma complexo, fibro-odontoma ameloblástico e tumor odontogênico epitelial calcificante. A lesão foi enucleada sob anestesia geral, preservando o nervo alveolar inferior direito. Resultados: a hipótese de odontoma complexo foi confirmada. Conclusão: importante sempre se investigar a ausência de dentes por meio de radiografias, para o correto diagnóstico e tratamento adequado. Neste contexto, os odontomas são considerados uma das principais causas que levam à alteração na erupção dos dentes.