Introdução: A lesão central de células gigantes representa cerca de 7% dos tumores benignos dos maxilares. Atinge todas as faixas etárias, com predominância em crianças e adultos jovens. Seu comportamento clínico varia de lesões assintomáticas e não-agressivas à lesões com extensa destruição óssea e dor, podendo levar a deficiência estética e funcional. Objetivo: Este estudo descreve um caso de LCCG de grande dimensão em um paciente jovem que foi tratado de forma conservadora garantindo boa recuperação óssea e manutenção dos dentes. Conduta clínica: Paciente de 15 anos apresentando extensa área de reabsorção óssea observada em exames de imagem envolvendo região anterior de mandíbula com expressiva mobilidade dos elementos anteriores. Primariamente, foi submetido a biópsia incisional precedida de punção aspirativa com resultado diagnóstico de lesão central de células gigantes. Foi realizado para diagnóstico diferencial análise laboratorial de cálcio sérico, fósforo e fosfatase alcalina que apresentaram níveis normais. O tratamento cirúrgico de escolha foi o conservador, que consistiu em curetagem total da lesão, sem exodontias e sem ressecções ósseas. Paciente foi encaminhado para avaliação endodôntica dos dentes envolvidos na lesão e orientado a permanecer em acompanhamento odontológico por no mínimo 5 anos. Procedimento feito sob anestesia geral com intubação nasal. Após 1 ano e meio de proservação, paciente apresenta boa recuperação da função mandibular, completa remissão da mobilidade dentária e sem sinais de recidiva da lesão. Resultados: Apesar de benigna, a LCCG pode apresentar grande risco à integridade dos ossos maxilares. Suas opções terapêuticas variam desde protocolos medicamentosos até ressecção total do osso envolvido. Conclusão: Dado o exposto, observou-se que o tratamento por meio da curetagem da lesão pode apresentar-se como alternativa viável, principalmente em pacientes jovens, uma vez que tratamentos mais invasivos podem levar a grande incapacitação estética e funcional.