Introdução: Atualmente, os cimentos biocerâmicos são amplamente estudados na endodontia devido aos seus benefícios histológicos e às propriedades como capacidade de penetração nos túbulos dentinários e efeito antimicrobiano, que são atributos fundamentais para garantir o preenchimento adequado do canal radicular e sucesso no tratamento endodôntico. Objetivo: Avaliar se a capacidade de penetração nos túbulos dentinários e atividade antimicrobiana dos cimentos biocerâmicos (BC) (intervenção) é superior ao AH Plus® (controle) em estudos experimentais in vitro, visto a escassez de revisões sistemáticas que avaliem tais potenciais. Método: Esta revisão seguiu o checklist PRISMA e a busca eletrônica foi feita nas bases de dados PubMed (MEDLINE), Scopus, Web of Science, Embase, Cochrane Library e OpenGrey até 20 de agosto de 2021, sem restrições quanto ao idioma. A estratégia de busca envolveu artigos publicados na língua inglesa e sem restrição de tempo de publicação. As metanálises foram realizadas utilizando o efeito entre as diferenças médias padronizadas (DMP), seguidas pelo método de variância inversa, adotandose um intervalo de confiança (IC) de 95%. Resultados: Foram incluídos nessa revisão sistemática 54 estudos, e 16 estudos na metanálise. O qualificador Joanna Briggs foi utilizado para determinar o risco de viés e, no geral, os artigos apresentaram baixo risco. Não houve diferença estatística entre os cimentos avaliados quanto à penetração nos túbulos dentinários, independente do terço avaliado: DMP coronal 0,58 [0,14; 1,3], p = 0,12; DMP médio 0,07 [0,54; 0,39], p = 0,75; e apical: DMP 0,08 [0,73; 0,56], p = 0,80. Os CB e AH Plus^® demonstraram ação antimicrobiana semelhante (DMP [3,42; 5,32], p = 0,67 e DMP 0,67 [1,89; 0,55], p = 0,2825, respectivamente). Conclusão: Os CB e AH Plus^® possuem capacidade de penetração nos túbulos dentinários e efeito antimicrobiano semelhantes, tornando-os materiais adequados para o uso clínico.