Introdução: Apesar dos avanços na Odontologia restauradora, os materiais adesivos ainda enfrentam desafios como manchamento marginal, cárie secundária e fraturas, comprometendo a longevidade do tratamento. Essas falhas podem estar ligadas a ação de enzimas proteolíticas como a metaloproteinase (MMP). Essa enzima é reativada pelo condicionamento ácido ou aplicação de adesivo com componentes ácidos e degradam as fibrilas colágenas. No intuito de inibir essa degradação, antibióticos como a doxiciclina (DOX) vem sendo adicionados a materiais restauradores. Objetivo: avaliar a incorporação de DOX em diferentes materiais restauradores no que diz respeito a atividade antibacteriana, inibição de MMPs e influência nas propriedades físico-químicas dos materiais testados. Métodos: O protocolo foi registrado no Open Science Framework (DOI 10.17605/OSF.IO/ZVK2T) e os achados reportados seguindo o PRISMA. A busca foi feita nas bases de dados PubMed, Scopus, Web of Science, Embase, Lilacs e Google Acadêmico com idioma restrito ao Português, Inglês e Espanhol, sem limite de data. Dois pesquisadores selecionaram de forma independente os artigos e extraíram os dados. Resultados: Dos 1507 documentos encontrados, 82 foram lidos na íntegra e 21 incluídos. A DOX foi incorporada em diferentes materiais restauradores (primer, adesivo e cimento de ionômero de vidro) na forma livre e em agentes carreadores. Nenhum estudo com adição da DOX em resina composta ou cimento resinoso foi identificado. Os resultados confirmaram as propriedades terapêuticas do medicamento, com resultados mais expressivos em adesivos. Conclusão: Apesar de promissor, as pesquisas nesse âmbito requerem padronização na metodologia para permitir uma melhor comparação entre os estudos. Além disso, avaliações a longo prazo devem ser conduzidas para assegurar a biocompatibilidade e compreensão dos efeitos a longo prazo dessa substância nos materiais dentários.