Introdução: A zircônia monolítica tem despertado interesse na odontologia devido às suas propriedades físicas e mecânicas satisfatórias, podendo ser uma alternativa para a confecção de coroas. Contudo, não existe na literatura um protocolo para o acabamento desse material. Objetivo: avaliar in vitro a formação de biofilme sobre espécimes de zircônia submetidos a polimento ou glaze. Método: Foram confeccionados 63 corpos de prova de zircônia de 10 mm x 10 mm x 2,0 mm e divididos em três grupos: controle, glaze e polimento. Fez-se a análise de rugosidade dos espécimes através do microscópio confocal a laser. Para os ensaios microbiológicos, os espécimes foram contaminados com biofilme multiespécies (Candida albicans, Streptococcus mutans e Lactobacillus casei) e foi feita a determinação da carga microbiana através da contagem das unidades formadoras de colônia (UFC/mL), aderência microbiana através da análise de imagens do microscópio de epifluorescência e biovolume a partir do microscópio confocal de varredura a laser. Resultados: Ao comparar a rugosidade, houve diferença significante entre os grupos (p<0.001), em que o grupo glaze apresentou maior rugosidade que os grupos polimento (p<0.006) e controle (p=0.016). Para UFC não houve diferença significante para nenhum dos microorganismos testados (C. albicans– p=0.158; L. casei–p=0.610 e S. mutans–p=0.904). O mesmo foi observado para o biovolume (p=0.082). Para aderência microbiana, o grupo polimento apresentou menor quantidade de área com biofilme quando comparado ao grupo controle, tanto para o biofilme total (p=0.008) quanto para o biofilme vivo (p=0.005). Conclusão: Conclui-se que não há diferença na formação de biofilme entre os tratamentos de superfície testados, sendo necessários mais estudos.