Introdução: Com o aumento da população idosa, cresce a demanda por cuidados odontológicos, especialmente pelo uso de próteses parciais removíveis (PPR). Entretanto, um desafio significativo na manutenção dessas próteses é o acúmulo de biofilme em suas superfícies. Entre os métodos de desinfecção disponíveis, o ácido cítrico (AC) se destaca como uma alternativa promissora devido à sua eficácia antimicrobiana. Objetivo: Investigar o efeito antimicrobiano da solução AC a 10% como agente de desinfecção em cobalto cromo (Co-Cr) utilizado em infraestrutura de PPR, bem como avaliar o impacto nas propriedades superficiais e no desempenho eletroquímico do material. Métodos: Este estudo in vitro avaliou diferentes protocolos de descontaminação, incluindo controle negativo (NaCl), controle positivo (Periogard® e Corega Tabs®) e o grupo experimental de AC a 10%. Após a imersão dos discos de Co-Cr nas soluções por 5 minutos, análises de morfologia, rugosidade, molhabilidade e microdureza Vickers foram realizadas. Além disso, um biofilme polimicrobiano (modelo de microcosmo) foi formado nas superfícies dos discos para investigar o efeito antimicrobiano da solução por meio de análises de viabilidade bacteriana, estrutura do biofilme e atividade metabólica. Análises de corrosão também foram conduzidas para avaliar se o processo de desinfecção poderia afetar as propriedades eletroquímicas do material. Resultados: O AC, assim como as demais soluções testadas, demonstrou um efeito antimicrobiano eficaz quando comparado ao grupo NaCl. Ademais, o AC não afetou as propriedades físicas em comparação ao grupo NaCl. Além do desempenho antimicrobiano, o AC apresentou um potencial de corrosão mais baixo quando comparado aos grupos NaCl e Corega Tabs®, não afetando as propriedades eletroquímicas do metal. Conclusão: AC a 10% demonstrou eficácia antimicrobiana e baixo potencial de corrosão, sem alterar as propriedades superficiais do Co-Cr, tornando-se uma alternativa promissora e segura para a desinfecção de infraestruturas de PPR.