Desafios dos cuidados de saúde bucal em pacientes com transtorno do espectro autista
Maria Vitória dos Santos RATTI, Isabela Baragatti ESPOLADORE, Mariana Augusto Monteiro BASTIDA, Vitória Gabrielle Ramos PINTO, Polyane Mazucatto QUEIROZ
Resumo
Introdução: O transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno de neurodesenvolvimento na interação e comunicação social. Esses pacientes podem apresentar sensibilidade sensorial, dificuldade na comunicação e/ou comportamentos autodestrutivos que podem dificultar os cuidados com a saúde bucal. Objetivo: Avaliar a saúde bucal de pacientes com TEA em um instituto localizado em Maringá, no Paraná. Método: Foi aplicado um questionário a 57 responsáveis pelos pacientes com diagnóstico de autismo confirmado, na faixa etária de 18 meses a 24 anos de idade. O questionário continha 25 questões que abordavam três vertentes: social (aspectos sociais, econômicos e comportamentais), saúde bucal (hábitos de higiene, alimentares e parafuncionais) e histórico odontológico. Resultados: A idade média dos pacientes era de 5,5 anos, sendo a maioria (82%) do sexo masculino. O grau do espectro na maioria dos casos como leve e moderado (88%). Em relação ao comportamento, (51%) relatou episódios de agressividade, (70%) de irritabilidade, (54%) de ansiedade e (68%) de hiperatividade e a maioria (65%) apresenta dificuldade na comunicação. Sobre os hábitos de higiene bucal, 14% relataram que ainda não conseguiram introduzir a prática de higiene bucal nas crianças. Na escovação dentária, a principal dificuldade é em relação a conseguir que o paciente cuspa o creme dental (42%) seguido pela dificuldade de aceitação de introduzir a escova de dente (33%). Em relação a preferência alimentar, essa dá-se principalmente por alimentos salgados (52%) e doces (46%) e 51% relatou preferir alimentos sólidos. Em relação a saúde bucal, 70% apresentaram hábitos parafuncionais. Dentre os participantes, 45% nunca foram ao dentista para visitas periódicas, 5% foram ao dentista quando houve alguma queixa e apenas 20% têm a prática de acompanhamento anual. Conclusão: Pacientes com TEA enfrentam uma série de desafios relacionados a saúde bucal. Os responsáveis devem ser orientados sobre como lidar com os desafios diários da higiene bucal de pacientes com TEA.