Remoção cirúrgica de tórus mandibular bilateral: relato de caso e considerações clínicas
Dayane MAZZOCHIN, Daniele MAZZOCHIN, Tiago Gai AITA
Resumo
Introdução: o tórus são exostoses ósseas nos ossos gnáticos, com etiologia multifatorial, podendo estar relacionado à hábitos parafuncionais mastigatórios. Esses crescimentos ósseos benignos evoluem lentamente e podem causar dificuldades com adaptação de próteses, necessitando remoção cirúrgica. Objetivo: documentar a remoção cirúrgica de tórus mandibular bilateral, fornecendo informações sobre a abordagem e considerações clínicas. Conduta clínica: paciente do sexo masculino, 61 anos, procurou a Clínica Odontológica da Universidade Cesumar de Londrina, em busca de reabilitação protética. O exame físico intraoral revelou presença de edentulismo parcial, na arcada inferior, desgaste dentário, bem como presença de tórus mandibular bilateralmente. Em anamnese o paciente relatou ter hábito parafuncional mastigatório. Foi realizada radiografia oclusal da mandíbula. Optouse então pela realização de cirurgia para excisão do tórus mandibular. Foi realizado bloqueio regional bilateral, confecção de retalho envelope, descolamento mucoperiosteal, osteotomia com sulcos de orientação e clivagem dos blocos ósseos, regularização do rebordo e irrigação abundante seguida de sutura interpapilar. Após a cirurgia o paciente recebeu as recomendações pós operatórias e prescrição medicamentosa. A sutura foi removida depois de 7 dias e após 1 mês a mucosa apresentava-se bem regenerada. O paciente então foi encaminhado para a reabilitação protética. Resultados: a remoção do tórus nem sempre é indicada, sendo mais comum em casos que requerem tratamento protético. Alguns estudos indicam uma associação entre hábitos parafuncionais mastigatórios, com o aumento da probabilidade de desenvolvimento de tórus mandibulares. Conclusão: Em suma, a remoção seletiva do tórus mandibular mostrou-se benéfica, especialmente em situações que demandam reabilitação protética. Ademais a relação entre hábitos mastigatórios parafuncionais e tórus mandibulares evidencia a necessidade de investigações mais detalhadas.