Introdução: A cronologia da erupção aponta o surgimento dos primeiros dentes na cavidade bucal, os incisivos centrais inferiores decíduos, por volta dos seis meses de vida. Contudo, há casos de dentes natais, em que dentes podem estar presentes na cavidade bucal ao nascimento, e neonatais, que irrompem entre o nascimento e o primeiro mês de vida. Esses dentes podem ser da série normal ou supranumerários, sendo mais comum os incisivos centrais inferiores decíduos. Objetivos: A proposta deste trabalho é relatar o caso clínico de paciente recém-nascida com dentes neonatais e apresentar o tratamento indicado e executado. Conduta clínica: Paciente, sexo feminino, 10 dias de vida, compareceu a Clínica de Especialidades Infantis/ Bebê Clínica da Universidade Estadual de Londrina, devido a presença de lesão no arco inferior desde o nascimento. Ao exame físico, observou-se dentes na região mencionada, pediculados, com mobilidade, causando risco de aspiração ou deglutição e lesões em ventre de língua durante a amamentação, denominada de doença de Riga-Fede. Na anamnese, foram diagnosticados como dentes neonatais. Foi solicitado o exame complementar radiográfico com a técnica oclusal de Mannkopf, em que foi comprovado serem dentes da série normal. O tratamento proposto foi a exodontia com tesoura dos dentes 71 e 81, sob anestesia infiltrativa com lidocaína, com posterior curetagem do alvéolo, hemostasia com gaze e orientações aos responsáveis. A paciente foi amamentada e o sangramento cessou. Conclusão: A decisão de manter ou realizar a exodontia do dente natal e/ou neonatal deve ser avaliada levando em conta aspectos de cada caso, como a implantação do dente, assim como o aleitamento materno. É de grande importância o diagnóstico e conduta corretos para manter o bem-estar do recém-nascido e da mãe.