Introdução: A displasia cemento-óssea florida é uma alteração fibro-óssea, onde há substituição do tecido ósseo normal por tecido conjuntivo fibroso contendo um material mineralizado neoformado. Geralmente é assintomática, com provável origem no ligamento periodontal, ocorrendo principalmente em mulheres melanodermas, de meia-idade ou mais velhas. As lesões mostram uma tendência para envolvimento bilateral dos maxilares, podendo apresentar lesões nos quatro quadrantes posteriores. Apresenta características histopatológicas semelhantes com outras lesões fibro-ósseas como a displasia fibrosa e o fibroma ossificante central. O diagnóstico é baseado nas caracteristicas clinicas e radiográficas. Objetivo: Apresentar o relato de um caso de displasia cementoóssea florida atípico em uma mulher de 56 anos, bem como a conduta adequada para alcançar um diagnóstico. Método ou Conduta Clínica: Mulher, melanoderma de 56 anos, assintomática apresentou tumefação na região posterior vestibular de mandíbula, sendo essas lesões bilaterais. Realizou-se o exame clínico e imaginológico (radiografias panorâmicas, periapicais e tomografia computadorizada). Resultados: Nas radiografias panorâmica e periapicais, observou-se lesão mista, com áreas radiolúcidas com estruturas ovoides radiopacas na região central, bem delimitadas e com limites irregulares. Na tomografia computadorizada de feixe cone beam, havia lesões hipodensas, com áreas hiperdensas ovoides na região central, compatíveis com displasia cemento-óssea florida em fase mista (cementoblástica). Havia expansão das corticais vestibulares. Conclusão: A displasia cemento-óssea florida é uma condição benigna, autolimitante e assintomática cujo diagnóstico é obtido por meio da avaliação clínica associada a exames imaginológicos, não necessitando de intervenções cirúrgicas, mas apenas do acompanhamento do paciente.