Prevalência da periodontite apical crônica em pacientes com câncer de cabeça e pescoço
Ana Eduarda Parizotto GOMES, Monica Moreno de CARVALHO, Mariana Mel dos Anjos GARDINAL, Vitória Parmejane de OLIVEIRA, Leda Maria Pescinini SALZEDAS, Luciano Tavares Angelo CINTRA, Daniel Galera BERNABÉ, Aline Satie TAKAMIYA
Resumo
Introdução: A periodontite apical crônica é uma condição caracterizada pela inflamação e destruição dos tecidos periapicais em decorrência da presença de microrganismos que levam a necrose da polpa dentária. Sabe-se que a periodontite apical é capaz de alterar o curso de várias condições sistêmicas, e estas também podem desempenhar um papel importante como fator modulador na progressão e reparo da periodontite apical crônica. Entretanto, ainda não há estudos avaliando a prevalência de periodontite apical crônica de origem endodôntica pacientes portadores de neoplasia maligna em cabeça e pescoço. Objetivo: Avaliar a prevalência de periodontite apical crônica em pacientes com câncer de cabeça e pescoço (CCP). Método: Este estudo foi realizado por meio de análises retrospectivas de radiografias panorâmicas de pacientes diagnosticados com CCP no Centro de Oncologia Bucal (COB) em um período de 30 anos. A condição periapical dos pacientes foi avaliada por um examinador utilizando o Índice Periapical (IPA), de acordo com os escores: (1) estrutura periapical normal, (2) pequenas alterações na estrutura óssea periapical, (3) alterações estruturais no osso periapical com perda mineral, (4) áreas radiolúcidas bem definidas e (5) lesão periapical exacerbada. Resultados: Um total de 242 radiografias foi analisado. Aproximadamente 87% dos pacientes eram do sexo masculino e 78% foram diagnosticados com carcinoma de células escamosas. A região mais afetada foi a boca, com 53%, seguida pela orofaringe, com 40%. Aproximadamente 95% apresentaram alguma alteração periapical. A maior incidência de alterações periapicais foi no escore 2, presente em cerca de 88% dos pacientes, seguido pelo escore 4, com 71,1%, e pelo escore 3, com 55%. Conclusão: Concluiu-se que a maioria dos pacientes diagnosticados com CCP apresentava lesões de periodontite periapical crônica com escores 2 e 4.