Introdução: O pênfigo vulgar é uma doença vesiculobolhosa autoimune, caracterizada pela produção de anticorpos contra proteínas desmossômicas, resultando em acantólise. Os primeiros sinais ocorrem em mucosa oral, podendo-se observar erosões e úlceras superficiais persistentes e dolorosas, com bordas irregulares e fundo hemorrágico, localizadas em mucosa labial e jugal, ventre da língua, gengiva e palato. Devido semelhança com outras doenças da mesma classe, torna-se necessário a avaliação histopatológica para o diagnóstico diferencial. Objetivo: Relatar um caso de pênfigo vulgar e a importância do exame histopatológico para o diagnóstico conclusivo. Conduta Clínica: Paciente do sexo masculino, 43 anos, compareceu à clínica de Patologia e Estomatologia da FAOUFMG, para avaliação de lesões orais doloridas. Há um mês, relata ter notado lesões orais e genitais. Após consulta médica e exames laboratoriais, foram descartadas as hipóteses de HIV e sífilis, e regressão das lesões genitais mediante tratamento. Em exame intraoral, observou-se múltiplas lesões ulceradas, de borda irregular, recobertas por fibrina, em região de lábio inferior, gengiva, mucosa jugal e palato. Foi feita biópsia incisional perilesional da mucosa do lábio inferior. Resultados: Em análise histopatológica, foi diagnosticado pênfigo vulgar. Observou-se epitélio estratificado pavimentoso paraceratinizado, áreas de hiperplasia e fenda intraepitelial, presença de células acantolíticas, camada basal aderida à lâmina própria e tecido conjuntivo fibroso exibindo discreto infiltrado inflamatório. Foi prescrito corticosteróide e antifúngico. Paciente não retornou para acompanhamento. Conclusão: Destaca-se a importância do conhecimento do cirurgião-dentista frente às tais doenças, visto que apresentam os primeiros sinais orais, precedendo as manifestações sistêmicas. Logo, o diagnóstico assertivo e precoce e uma adequada terapêutica minimizam a propagação da doença, levando a um melhor prognóstico e bem-estar para o paciente.