Introdução: O ácido valpróico (VPA) é um anticonvulsivante indicado como tratamento de primeira linha para distúrbios convulsivos e síndromes epilépticas. Objetivo: investigar os efeitos do uso crônico do anticonvulsivante VPA (Depakene®, Abbott Laboratórios do Brasil, LTDA.) no dano oxidativo e na defesa antioxidante enzimática e não-enzimática nas glândulas parótidas (PA). Metodologia: Vinte e quatro ratos machos Wistar com 5 semanas de idade foram divididos aleatoriamente em 3 grupos (n=08/grupo): Controle (solução salina 0,9%), VPA100 (100 mg/kg) e VPA400 (400 mg/kg). Após 21 dias consecutivos de tratamento via gavagem intragástrica os animais foram eutanasiados para a coleta das glândulas parótidas (CEUA FOA/UNESP n° 0215-2021). Nos homogenatos glandulares foram analisados por métodos espectrofotométricos o conteúdo de proteína total (PT), dano oxidativo aos lipídios (TBARs), dano oxidativo às proteínas (PC), capacidade antioxidante total (FRAP), ácido úrico (AU), glutationa reduzida (GSH), superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa peroxidase (GPx). Os resultados foram analisados pelo teste de análise de variância (One Way ANOVA) seguido do teste post hoc de Tukey (p < 0,05). Resultados: A concentração de TBARs diminuiu nos grupos VPA100 (p < 0,0001) e VPA400 (p < 0,0001), enquanto a concentração de AU aumentou VPA100 (p < 0,05) e VPA400 (p < 0,05) se comparados ao grupo Controle. A atividade da SOD foi maior no grupo VPA400 em relação aos grupos Controle (p < 0,05) e VPA100 (p < 0,001). Por sua vez, não observamos efeitos significantes de ambas as doses de VPA nos parâmetros PT, PC, FRAP, GSH CAT e GPx. Conclusão: Diante dos resultados obtidos, concluiu-se que o tratamento crônico com o VPA causou distúrbios no estado redox das glândulas parótidas.