Filmes orodispersíveis contendo componentes orgânicos como um novo veículo de aplicação para prevenir erosão dentária inicial in vivo
Gustavo Cassalate DA SILVA, Vinícius Taioqui PELÁ, Mariana Miranda de BRITO, Flávio HENRIQUE-SILVA, Thiago Saads CARVALHO, Andrea Soares da Costa FUENTES, Reinaldo MARCHETTO, Marília Afonso Rabelo BUZALAF
Resumo
Introdução: Filmes orodispersíveis são conhecidos por se dissolverem rapidamente na boca em contato com a saliva. No entanto, esses filmes nunca foram explorados para a erosão dentária. Nosso grupo identificou potenciais candidatos para prevenir esse desgaste usando os filmes, tais como, uma proteína derivada de cana-de- açúcar (CaneCPI-5), maquiberry (MaquiCPI-3), laranja (CsinCPI-2), além de um peptídeo da estaterina (Stn15pSpS). Objetivo: Avaliar a eficácia de filmes orodispersíveis contendo proteínas e peptídeos na prevenção da erosão dentária do esmalte in vivo. Metodologia: Doze participantes passaram por seis fases cruzadas: um filme placebo (controle); um filme com NaF (1 mg de F-); 1 mg de CaneCPI-5; 5 mg de MaquiCPI-3; 1 mg de CsinCPI-2; e 1,88x10-5 M de Stn15pSpS. Após a profilaxia, os participantes administraram o filme orodispersível (1 min), seguido pela formação da película adquirida (2 h). Em seguida, foi realizado um desafio erosivo na superfície vestibular dos incisivos centrais superiores (ácido cítrico 1%; 15 seg). A porcentagem da Intensidade de Reflexão da Superfície (%IRS) foi avaliada e analisada pelos testes Kruskal-Wallis/Dunn (p<0,05). Além disso, foram aplicados questionários para avaliar a satisfação dos participantes. Resultados: Os grupos tratados com NaF, CaneCPI-5, MaquiCPI-3 e Stn15pSpS apresentaram uma maior %IRS, indicando uma proteção significativa em comparação com os grupos Placebo e CsinCPI-2, que não mostraram diferença significativa entre si. Para os questionários, os participantes relataram uma satisfação positiva com o sabor dos filmes. Conclusão: Os filmes orodispersíveis contendo CaneCPI-5, MaquiCPI-3 e Stn15pSpS mostraram eficácia na prevenção da erosão dentária do esmalte in vivo. Este estudo abre uma inovação para a Odontologia, oferecendo uma solução promissora para a proteção contra desafios erosivos na população.