Introdução: A cárie dentária é uma das principais causas de necessidade de tratamento endodôntico, sendo que determinados fatores sistêmicos podem afetar a resposta imuno inflamatória periapical. Pacientes pré e pós transplante renal, especialmente aqueles com Doença Renal Crônica (DRC), além das mudanças metabólicas, podem apresentar alterações na cavidade oral devido à doença e ao tratamento. Objetivo: Avaliar a frequência e a taxa de sucesso do tratamento endodôntico, o perfil epidemiológico, as medicações em uso e as alterações sistêmicas em pacientes nas fases pré e pós-transplante renal. A aprovação do comitê de ética em pesquisa foi obtida para a realização deste estudo. Método: Estudo de coorte retrospectivo que analisou dados de 89 pacientes pré e pós-transplante renal dos prontuários médicos e odontológicos de indivíduos atendidos pelo Programa de Assistência Odontológica ao Paciente Transplantado da UFMG (PAOPT-UFMG) no período de Agosto de 2016 a Junho de 2023. Adicionalmente, foram coletados e descritos os medicamentos e doenças primárias mais relevantes. O teste Qui-quadrado foi utilizado para avaliar associações estatisticamente significativas entre as variáveis qualitativas nominais (p≤0,05). Resultados: A frequência de necessidade de tratamento endodôntico foi de 25,84%. A taxa de sucesso dos tratamentos foi de 89,28%. A insuficiência renal crônica foi a doença primária mais prevalente (28%). Os medicamentos mais utilizados foram os antihipertensivos (40,4%), seguidos pelos anti-inflamatórios esteroidais (30,3%) e imunossupressores (21,3%). Não foi encontrada diferença estatística entre as variáveis (p>0,05). Conclusão: Pacientes pré e pós transplante renal apresentam diversas alterações que afetam sua saúde bucal e sistêmica, necessitando de tratamento endodôntico com maior frequência. No entanto, a taxa de sucesso desses tratamentos é semelhante à reportada na literatura.