Scaffolds poliméricos fibrilares incorporados com hidróxido de cálcio para regeneração de polpa vital
Juliana Rios de OLIVEIRA, Caroline ANSELMI, Sarah CHANG, Lais Medeiros CARDOSO, Igor Paulino MENDES-SOARES, Carlos Alberto DE-SOUZA-COSTA, Marco Cícero BOTTINO, Josimeri HEBLING
Resumo
Introdução: Avanços em engenharia tecidual permitem usar scaffolds incorporados com moléculas sinalizadoras para o tratamento da polpa dental exposta, visando atrair, modular e diferenciar células presentes no tecido, evitando perda tecidual e estimulando a regeneração do complexo dentina-polpa. Objetivo: Sintetizar e caracterizar scaffolds fibrilares à base de policaprolactona (PCL) e poli(óxido de etileno) (PEO) funcionalizados com hidróxido de cálcio (CH) para terapia pulpar vital. Método: Os scaffolds de PCL e PCL/PEO (50:50; v/v) foram incorporados com 0,2% (m/v) de CH e sintetizados via electrospinning (PCL, PCL+CH; PCL/PEO; PCL/PEO+CH). Foram realizadas análises morfológicas (n=3), mecânicas (n=8), de molhabilidade (n=8) e degradação (n=6). Adicionalmente, células-tronco da polpa dental (DPSCs) foram semeadas sobre os scaffolds e analisadas quanto a citocompatibilidade (n=6) e formação de matriz mineralizada (n=6). Os dados foram analisados com ANOVA/Tukey, Games Howell ou Sidak e intervalo de confiança (α=5%). Resultados: A mistura PCL/PEO 50:50 resultou em fibras com diâmetro médio de 338±228 nm e uma rede microporosa interconectada. Além de aumentar a resistência à tração (p=0,006), o módulo de elasticidade (p=0,17), hidrofilia (p<0,0001) e as taxas de degradação quando comparada com fibras de PCL puro. A incorporação de CH nas fibras foi confirmada por EDS e não impactou a molhabilidade, taxas de degradação ou propriedades mecânicas (p>0,05); no entanto, a mistura aumentou a liberação de cálcio. A viabilidade celular foi maior para a mistura polimérica em comparação com as fibras de PCL puro, sem efeitos para a adição de CH, o qual afetou positivamente a formação da matriz mineralizada, ~7,5× para o PCL puro, e ~12,5× para a mistura. Conclusão: A combinação polimérica de PCL/PEO em proporções de 50:50 (v:v), incorporada com 0,2% de CH, para a fabricação de scaffolds fibrilares, é uma opção promissora como material inovador para regeneração de tecidos mineralizados.