Relato de caso: paralisia periférica idiopática do nervo facial em paciente pediátrico
Luana Paula Borges da Costa e SILVA, Nathalia Caetano MARQUES, Héric de Souza CAMARGO, Andréia BUFALINO, Cláudia Maria NAVARRO, Elaine Maria Sgavioli MASSUCATO
Resumo
Introdução: a paralisia de Bell é a forma idiopática da paralisia periférica do nervo facial, um nervo misto, de fibras sensitivas e motoras, sendo este tipo de paralisia estar relacionada a um ramo motor do nervo. Manifesta-se sob a forma de inativação motora súbita hemifacial dos músculos da face, sem fisiopatologia esclarecida, podendo ser associada a infecções virais inespecíficas, bem como à compressão do nervo facial no canal de Falópio ou em qualquer parte do segmento distal do nervo facial. Acomete, principalmente adultos na terceira e quarta década de vida, tendo uma baixa incidência na infância e em geral é um quadro autolimitado e na maioria das vezes com remissão espontânea. Todavia, os impactos no bem-estar psicossocial e qualidade de vida do paciente são amplamente estabelecidos. O manejo da paralisia facial periférica baseia-se na etiologia e gravidade do quadro e o tratamento visa a recuperação completa das funções mistas do nervo facial. Objetivo: discorrer sobre um caso clínico de paralisia de Bell em paciente pediátrico, sem etiologia estabelecida. Conduta clínica: paciente do sexo masculino, 10 anos, apresentou queixa clínica de dormência súbita em hemiface direita. Na anamnese, referiu otalgia do lado direito 24 horas antes do estabelecimento da paralisia. O exame clínico revelou lagoftalmo em região de olho direito, desvio da linha média para a esquerda no movimento dinâmico e dificuldade de mímica facial à direita. Resultados: com suspeita diagnóstica de paralisia de Bell, o paciente foi encaminhado para o neurologista e o otorrinolaringologista para avaliar possíveis condições associadas. Conclusão: a paralisia de Bell é uma forma idiopática de paralisia do nervo facial, de baixa incidência na infância, cuja etiologia deve ser investigada. O tratamento pode ser realizado por uma equipe multidisciplinar e por se tratar de uma doença autolimitante, a maioria dos casos é de remissão espontânea, mas pode causar sequelas a longo prazo e até mesmo permanentes.