Introdução: O retratamento endodôntico é a intervenção realizada após a constatação do insucesso da terapia endodôntica primária. Esse procedimento visa melhorar a qualidade do tratamento através de um diagnóstico correto, técnicas minuciosas, preparo químicomecânico completo e medicação intracanal. Objetivo: Discorrer o retratamento endodôntico não cirúrgico em um caso com fístula ativa e lesão periapical visível radiograficamente. Conduta Clínica: Paciente do gênero masculino compareceu à clínica-escola queixando-se de uma “bolinha” na gengiva. Durante o exame clínico, foi observada a presença de fístula na região do dente 22. Ao teste de percussão vertical, o elemento 22 apresentou resposta positiva, o exame radiográfico revelou obturação insatisfatória, lesão apical circunscrita a raiz. Na fistulografia o cone de guta-percha indicou a região do dente 22. Optou-se então pelo retratamento endodôntico. Após isolamento absoluto e abertura coronária, utilizou-se solvente químico (óleo de laranja) na embocadura para amolecer a guta-percha. Em seguida foram usadas limas tipo Kerr, seguidas por limas tipo Hedstroen, disponíveis na graduação para remover a guta-percha. Ao final da sessão, foi colocada a medicação intracanal. Na sessão seguinte optou-se pela endodontia mecanizada com motor endodôntico, com limas no sistema reciprocante. Após a remoção do material obturador, realizou-se o desbridamento foraminal, seguida de agitação com EDTA com Easy Clean e aplicação de pasta de hidróxido de cálcio (Ultracal XS). Após 15 dias houve a troca da medicação intracanal para posteriormente realizar a obturação do canal. Resultados: No presente caso, em menos de um ano, a lesão regrediu quase integralmente. Conclusão: O retratamento endodôntico convencional é uma excelente opção terapêutica para lesões periapicais e fístula ativa, especialmente se forem adotadas manobras de desinfecção do canal, incluindo a realização da patência foraminal, instrumentação mecanizada e a combinação do uso de medicação intracanal.