Introdução: A Ortodontia Interceptiva desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da dentição. Quando indicada, é capaz de evitar ou simplificar uma segunda fase de tratamento na dentadura permanente. Objetivo: O objetivo deste trabalho é apresentar o expansor maxilar com abertura diferencial (ED) como uma alternativa mecânica para o tratamento da mordida cruzada posterior na dentadura mista, reforçando seus efeitos e sua indicação, assim como a importância do tratamento interceptor em momento oportuno. Conduta Clínica: Paciente do sexo feminino, de 10 anos de idade, no segundo período transitório da dentadura mista, apresentando relação sagital de Classe I e mordida cruzada posterior unilateral funcional, mais severa na região dos caninos decíduos. O tratamento interceptor consistiu na expansão rápida da maxila utilizando o ED. O protocolo de ativação utilizado foi de 2/4 de volta duas vezes ao dia por 6 dias consecutivos nos dois parafusos, seguido de mais 4 dias de ativação apenas no parafuso anterior. Após o término da fase ativa, o expansor foi mantido em posição por 6 meses. Resultados: A mordida cruzada posterior e a atresia do arco dentário superior foram corrigidas, e a relação transversal manteve-se estável e adequada até a dentadura permanente. O acompanhamento longitudinal mostrou a presença de uma oclusão normal, exceto pela presença de um suave apinhamento dos incisivos inferiores, simples de ser corrigido na Ortodontia Corretiva, se a paciente optar pelo tratamento. Conclusão: O ED apresentou-se como uma alternativa eficaz para a expansão rápida da maxila na dentadura mista quando o paciente apresenta uma atresia do arco dentário superior mais severa na região dos caninos. O correto diagnóstico e planejamento do tratamento interceptivo foi capaz de simplificar a intervenção na dentadura permanente, reforçando a importância dos cuidados ortodônticos na infância.