Introdução: As mulheres ainda são uma categoria sub-representada em algumas profissões, mesmo com o aumento de sua ocupação em áreas consideradas masculinas. O Censo de 2021 indicou maioria de mulheres nas Ciências da Saúde, mas o perfil docente ainda é masculino, porém a feminilização desses cursos já é uma realidade no Brasil. Objetivos: Esse estudo avaliou a participação das mulheres na docência em um curso centenário de Odontologia, por meio da caracterização dos docentes do momento do centenário quanto às suas carreiras e o impacto da diversidade de gênero em sua atuação profissional. Metodologia: O estudo contou com uma etapa quantitativa e outra qualiquantitativa, o delineamento amostral adotado foi o não-probabilístico, com amostra composta por docentes atualmente em atividade na faculdade selecionada, de ambos os sexos que concordaram em participar de livre e espontânea vontade de entrevista após assinatura do TCLE, somado a análise de contratações desde a fundação da faculdade até seu centenário. Resultados: Os resultados foram analisados com estatística descritiva e classificação hierárquica descendente (α=0,05). Até a década de 1990, a maioria das contratações foi de docentes do sexo masculino; a partir do ano 2000 o comportamento se modificou havendo maior número de professoras. No total, foram realizadas 26 entrevistas, em que 15 delas foram com docentes do sexo feminino, os principais desafios relatados por aqueles que se denominaram principais responsáveis por seus afazeres domésticos foram sobrecarga materna e conciliação da vida acadêmica com a pessoal. Conclusões: Apesar da carreira universitária proporcionar salários e oportunidades iguais, notou-se que as mulheres vivenciam mais obstáculos para atingir as mesmas metas que os homens.