A influência da classe esquelética, classe oclusal, idade e sexo na espessura dos tecidos moles: um estudo em uma população brasileira
Beatriz Mota Andrade ARAUJO, Fernanda SILVESTRE, Mariliani Chicarelli DA SILVA
Resumo
Introdução: A reconstrução facial em crânios não identificados, restaurando tecidos moles, é um meio de recuperação da morfologia da face. Com base em anatomia, antropologia, estética e tecnologia da computação, a técnica identifica indivíduos desconhecidos. Reproduzindo características perdidas, familiares realizam o reconhecimento e a lista de suspeitos é reduzida. Sabe-se que as medidas da espessura dos tecidos moles mudam conforme ponto de referência, sexo, padrões faciais e idade e que, a tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) é um método confiável com informações valiosas para os bancos de dados. Objetivos: O objetivo desse estudo é analisar a influência da classe esquelética, classe oclusal, idade e o sexo na espessura dos tecidos moles da face com uso de imagens de tomografias computadorizadas de feixe cônico. Material e método: A pesquisa é um estudo de caráter observacional, longitudinal e retrospectivo, com tomografias realizadas em pacientes atendidos na Universidade Estadual de Maringá entre 2014 e 2019, com idade acima de 18 anos. Foram excluídas imagens de pacientes que continham assimetria ou síndrome craniofacial, patologias de cabeça e pescoço, trauma maxilofacial, implantes anteriores, má oclusão ou esquelética grave. 239 imagens foram analisadas (100 masculinas e 139 femininas). Resultados: A amostra foi dividida por idade, gênero, classe esquelética e classe oclusal. Média de idade: 32,61 ± 12.27, com indivíduos entre 18 e 78 anos. Classe esquelética: I (100), II (77) e III (62). Classe oclusal: I (152), II (72) e III (15). Conclusão: O estudo aponta que a classe esquelética, classe oclusal, sexo e idade influenciam a espessura dos tecidos moles. Indivíduos classe III apresentaram maior espessura de tecidos moles na maxila. Idosos demonstraram diminuição da espessura. Homens apresentaram maior espessura em relação às mulheres na maioria dos pontos estudados. Não houve interferência da classe oclusal na espessura dos tecidos moles.