Introdução: A película adquirida do esmalte (PAE) é um tegumento formado in vivo como resultado da adsorção seletiva de proteínas salivares sobre a superfície do dente. A presença de proteínas na PAE forma uma interface protetora sobre a superfície do esmalte, participando em todos os eventos interfaciais que ocorrem na cavidade bucal. No entanto, pouco se sabe sobre a influência do ciclo circadiano nas alterações da composição proteica da PAE e saliva. Objetivos: Avaliar o efeito do ciclo circadiano no perfil proteico da saliva e da PAE formada sobre o esmalte in vivo. Material e método: A PAE e salivas não estimuladas foram coletadas de 9 voluntários, com bom estado de saúde geral e bucal. Após profilaxia, a PAE foi formada por 120 min. As coletas foram realizadas em três períodos distintos: formação das 8:00 às 10:00 (manhã), formação das 14:00 às 16:00 (tarde) e formação das 18:00 às 20:00 (noite). As proteínas foram extraídas e as amostras foram processadas para análise por nLC-ESIMS/MS. Resultados: A expressão diferencial revelou que nos períodos da noite e da tarde as proteínas S100-A8 e Cystatin-B estão subexpressas na PAE quando comparado ao período da manhã. Na saliva as proteínas Histatin-3 e Statherin estavam subexpressas no período da tarde em comparação com a manhã, além disso, as proteínas Mucin-7 e Lysozume C estavam diminuídas na saliva durante a noite em comparação com o período da tarde. Conclusão: Profundas alterações nas proteínas salivares e nas proteínas da PAE em comparação aos diferentes períodos do dia foram encontradas, especialmente de importantes proteínas relacionadas à proteção antimicrobiana e a resistência ácida da PAE, demonstrando que ao longo do dia a proteção antimicrobiana e a resistência ácida da PAE podem estar diminuídas. Por fim, nossos resultados ainda, contribuem com importantes informações para compreendermos as alterações proteicas presente na saliva e películas com a influência do ciclo circadiano, de forma que estes resultados possam ser aplicados futuramente em estudos in vitro e in vivo