Introdução: Com o aumento da expectativa de vida e o consequente crescimento da população idosa, alguns aspectos têm sido discutidos nos cuidados em saúde, incluindo o idadismo. O idadismo é um preconceito, discriminação ou estereótipo relacionado à idade. Sabe-se que atitudes e pensamentos idadistas podem influenciar a qualidade do cuidado em saúde oferecido às pessoas idosas. Até o momento, são escassos estudos sobre a ocorrência do idadismo em estudantes de Odontologia. Objetivo: Objetivou-se avaliar a ocorrência de idadismo contra pessoas idosas em estudantes de Odontologia e identificar fatores associados. Método: Trata-se de um estudo observacional transversal analítico em que estudantes de Odontologia foram convidados a responder um questionário contendo aspectos sociodemográficos, informações sobre sua formação acadêmica até o momento. Além disso, o idadismo foi avaliado por meio da versão brasileira da Escala de Idadismo para Estudantes de Odontologia (ASDS-Braz), com maiores escores representando maior idadismo. Foi mensurada também a empatia por meio da versão brasileira para estudantes da área de saúde da Escala Jefferson de Empatia (JSE-HPS), com escore mais alto representando mais empatia. Os dados foram analisados no software SPSS 20.0 por meio de estatística descritiva, teste Mann-Whitney e regressão linear múltipla. Resultados: Foram incluídos 267 estudantes de três Instituições de Goiás, 76,1% do sexo feminino, idade média 22,7±3,9 anos, 53,0% autodeclarados como brancos. Participantes que relataram atividade acadêmica prévia relacionada à Odontogeriatria apresentaram menor escore de idadismo (p=0,004). Observouse associação da escala ASDS com o escore de empatia (B=-0,10; IC95%= -0,16 a -0,04; p=0,002) e ao relato de ter realizado previamente atividades relacionadas à Odontogeriatria (B=-1,87; IC95%= -3,2 a -0,58; p=0,005). Conclusão: Conclui-se que estudantes que foram expostos a atividades de Odontogeriatria e com maiores escores empatia apresentaram menor escore de idadismo.