Introdução: O peróxido de hidrogênio (PH) do gel clareador se dissocia em espécies reativas de oxigênio, capazes de penetrar por esmalte e dentina, levando a danos pulpares. No intuito de reduzir estes danos, diversas terapias têm sido avaliadas durante o procedimento clareador. Objetivo: Avaliar os efeitos das diferentes terapias na inflamação do tecido pulpar ou citotoxicidade após exposição a agentes clareadores. Método: Esta revisão sistemática (PROSPERO CRD42022337192) foi realizada para responder à pergunta PICO “Diferentes terapias podem minimizar os danos causados pelo gel clareador ao tecido pulpar ou células pulpares?”. As buscas eletrônicas foram realizadas nas principais bases de dados até julho de 2022. A literatura cinzenta foi consultada por meio do Google Scholar e foram incluídos apenas estudos pré-clínicos. O risco de viés foi avaliado por meio da ferramenta RoB da SYRCLE e lista de verificação do Instituto Joanna Briggs, e a meta-análise foi inviável. Resultados: De 1011 artigos, 24 foram incluídos. Estudos em animais avaliaram agentes remineralizantes e anti-inflamatórios em molares de ratos clareados com PH 35 a 38%, e 6 estudos mostraram redução significativa da inflamação produzida pelo PH quando misturado com biovidro ou MI Paste Plus, ou quando usado após dessensibilizante KF ou seguido por Otosporin (3 estudos); drogas via oral não reduziram a inflamação pulpar (4 estudos). A citotoxicidade (16 estudos) foi reduzida com o uso de substâncias como ascorbato de sódio, buteína, cloreto de manganês e peroxidase, principalmente quando aplicadas antes do gel clareador. Estudos em animais tiveram alto risco de viés, e estudos in vitro, baixo risco de viés. Conclusão: Poucos estudos in vivo avaliaram terapias para reduzir danos do gel clareador ao tecido pulpar e estudos em humanos não foram encontrados. O Otosporin foi o agente tópico mais avaliado, e reduziu a inflamação da polpa em animais; a maioria das terapias reduziu a citotoxicidade.