Ameloblastoma x carcinoma ameloblástico: bases fundamentais e casuística brasileira
Robert Buqueroni GOMES, Renata TUCCI, Juliana Costa de OLIVEIRA
Resumo
Introdução: O ameloblastoma (AM) é o tumor odontogênico (TO) benigno mais comum, de caráter localmente agressivo, que pode surgir de restos da lâmina dentária, de um órgão do esmalte em desenvolvimento, de um cisto odontogênico, ou das células basais da mucosa oral. O carcinoma ameloblástico (CaAM) foi definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022, como um carcinoma odontogênico primário, histologicamente semelhante ao ameloblastoma e não sua contraparte maligna, como acreditava-se em 2017. Segundo a OMS, embora raro e incluído recentemente, o CaAM constitui 30% dos tumores odontogênicos malignos. A maioria deles ocorre de novo, mas alguns podem surgir a partir de um AM preexistente de longa data, não tratada ou recorrente. Objetivo: O objetivo desse trabalho foi realizar uma análise crítica e comparativa da literatura sobre etiologia, patogênese, critérios clínico patológicos, diagnóstico diferencial e casuística brasileira das lesões acima referidas, evidenciando suas similaridades e divergências. Material e método: Foi realizada uma busca eletrônica, sem restrição temporal, em junho/2023, nas bases de dados PubMed/Medline, Web of Science e Science Direct. Publicações em inglês, português ou espanhol foram consideradas. Sobre a casuística, apenas artigos que explicitaram pacientes brasileiros. Resultados: O ameloblastoma permanece como tumor odontogênico mais comum, com frequência relativa combinada maior do que todos os outros tumores, exceto odontoma. Microscopicamente, o CaAM se assemelha essencialmente a AM com características variáveis de malignidade, porém o limiar para o diagnóstico ainda é mal definido. Foram encontrados apenas 5 artigos que apontaram casos brasileiros de CaAM, evidenciando a raridade da lesão. Conclusão: No Brasil, a incidência de TO é relativamente alta. Portanto, o estudo continuado das lesões e de eventuais novas entidades devem ser aplicados e rotineiros para o cirurgião dentista desde a sua formação profissional inicial. Diagnóstico tardio de carcinoma oral em mulher jovem.