Tratamento de peri-implantite combinado com terapia não cirúrgica e nanoesferas bioabsorvíveis de doxiciclina
Amanda Bandeira de ALMEIDA, Rafaela Videira Clima DA SILVA, Daiana Moreira Mendes ROZENDO, Suellen de Azevedo MOREIRA, Patricia Peres Iucif PEREIRA
Resumo
Introdução: A mucosite e a peri-implantite são as lesões mais recorrentes ao redor dos implantes, cada vez mais frequentes no consultório odontológico. O tratamento das doenças peri-implantares é um desafio para o cirurgião-dentista, objetivando a redução da carga bacteriana e consequente controle da infecção. Os tratamentos propostos para a doença peri-implantar são baseados em evidências obtidas com o tratamento da periodontite, e o uso de antimicrobianos locais adjunto à terapia mecânica pode ser benéfico para uma melhor resposta à terapia peri-implantar. Dentre os antimicrobianos, a doxiciclina se destaca pela modulação local de citocinas, redução microbiana e parâmetros clínicos no tratamento de doenças periodontais. Objetivos: Através de um relato de caso, este trabalho objetiva apresentar e discutir o tratamento da peri-implantite utilizando uma abordagem não cirúrgica com a combinação de nanoesferas de doxiciclina bioabsorvíveis após 36 meses. Conduta Clínica: Paciente do gênero masculino, 71 anos, ex tabagista, sem alterações sistêmicas, relatou desconforto em implantes maxilares. Na anamnese relatou história prévia de peri-implantite e o periograma evidenciou sangramento à sondagem, supuração e bolsa periodontal. Radiograficamente, foi detectada perda óssea peri-implantar, diagnosticando-se periimplantite recorrente. Foi feito debridamento ultrassônico, irrigação com solução salina estéril, raspagem com curetas de Teflon e aplicação de nanoesferas de doxiciclina de 1mg de ácido lácticoco-glicólico a 2%, com reavaliação após 30 dias e terapia periodontal de suporte por 2 anos, com reavaliação após 36 meses. Resultados: Na reavaliação de 36 meses, os tecidos peri-implantares melhoraram com a diminuição da PD, sem BoP e supuração. A paciente permanece em terapia de suporte e controle rigoroso do biofilme a cada 3 meses. Conclusão: Destaca-se a importância da terapia de suporte, essencial para determinar o sucesso a longo prazo no tratamento de doenças peri-implantares.