Eficácia de diferentes intervenções na morbidade da área doadora palatina após cirurgias de enxerto: revisão sistemática e metanálise
Karolina Skarlet Silva VIANA, Gabriel Guimarães LEITE, Luís Otávio Miranda COTA, Lucas Guimarães ABREU, Rafael Paschoal Esteves LIMA, Fernando Oliveira COSTA
Resumo
Introdução: As técnicas cirúrgicas de enxerto gengival livre e de enxerto de tecido conjuntivo desepitelizado são acompanhadas pela criação de uma ferida cirúrgica na área doadora palatina. Esta ferida cirúrgica passa por um processo de cicatrização de segunda intenção que causa desconforto e dor pós operatória nos pacientes até sua completa cicatrização. Objetivos: Responder à seguinte pergunta: Qual a eficácia na diminuição da dor pósoperatória e no impacto na qualidade de vida das diferentes intervenções utilizadas na área doadora palatina após cirurgia de enxerto gengival livre e enxerto de tecido conjuntivo desepitelizado? Material e método: Esta revisão sistemática foi conduzida de acordo com as diretrizes do PRISMA (Preferred Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis) e registrada na plataforma PROSPERO (CRD42022366390). Foi realizada uma busca em quatro bases de dados, bem como na literatura cinzenta usando uma chave de busca elaborada para responder ao objetivo. A pergunta do trabalho foi elaborada com o acrônimo PICO. A avaliação e seleção dos estudos para inclusão foi feita por dois avaliadores independentes, assim como o risco de viés dos estudos incluídos, que foi avaliado pela ferramenta RoB 2.0 (Cochrane). Resultados: Um total de 45 estudos foram incluídos e 36 diferentes intervenções foram relatadas pelos autores. As intervenções encontradas nos artigos foram agrupadas em 4 grupos de acordo com seus mecanismos de ação para serem comparadas em uma metanálise em rede: grupo 1 – barreiras mecânicas; grupo 2 – fármacos de aplicação tópica; grupo 3 – agentes hemostáticos; e grupo 4 – fotobiomoduladores, ozonoterapia e outras terapias. Não houve diferenças entre os grupos nas primeiras 24h e 72h. A redução dos escores de dor entre 7 dias após a cirurgia e baseline (24h) foi significativamente maior no grupo 1 em comparação ao grupo 2 (MD = -2,38 [IC 95% = -4,23; -0,52]). Conclusão: As intervenções de barreira mecânica mostraram um efeito superior ao dos fármacos de aplicação tópica no controle da dor pós operatória.