Uso do dispositivo de dunn para correção de retrognatismo mandibular em bebê: relato de caso
Gustavo Prevital LEITE, Mariella PADOVESE, Lucas Henrique PESSOA, Rodrigo Hayashi SAKUMA, Mariana Emi NAGATA, Farli Aparecida Carrilho BOER
Resumo
Introdução: O retrognatismo mandibular ou micrognatia é a condição caracterizada por um decréscimo uni ou bilateral da mandíbula ocasionada por deficiência ou paralisação do crescimento dos côndilos, podendo ser resultado de um trauma ou infecção ocorridos na infância, ou devido a fatores hereditários. Objetivos: Relatar um caso clínico de retrognatismo mandibular atendido no Pronto Socorro da Bebê Clínica/UEL e acompanhado pelo ambulatório da residência em Odontopediatria. Material e método ou Conduta Clínica: Paciente do sexo feminino, 2 meses, compareceu à Bebê Clínica/UEL por suspeita de subdesenvolvimento mandibular. Ao exame clínico, foram avaliadas a profundidade do palato, força de sucção, freio lingual e formato do crânio, todos sem alterações significativas. Na anamnese, foi relatado aleitamento materno e artificial presentes. A paciente foi diagnosticada com retrognatismo mandibular acentuado, sendo indicada, portanto, a posição ortostática para aleitamento materno associada à utilização do Dispositivo de Dunn durante aleitamento artificial. O dispositivo consiste num aparato metálico ajustado à mamadeira e posicionado na base do nariz do bebê. Este dispositivo posiciona o bico da mamadeira de maneira que o bebê realize maior esforço de sucção, estimulando o desenvolvimento mandibular. Assim, à medida que a mandíbula se desenvolve, a posição do dispositivo é alterada e exercícios progressivos são realizados concomitantemente. Resultados: O dispositivo foi removido aos 7 meses de vida da criança e após 5 meses de uso, devido ao processo de introdução alimentar. Resultados positivos foram observados nas consultas de controle e o caso continua sendo acompanhado atualmente no programa de prevenção da Bebê Clínica aos 14 meses de vida da criança. Conclusão: Os distúrbios do crescimento mandibular diagnosticados logo nos primeiros meses de vida são fundamentais para a indicação de estímulos adequados para o crescimento do sistema estomatognático, garantindo qualidade de vida ao bebê e sua família.