Intervenção conservadora para tratamento de queratocisto odontogênico - relato de caso
Luiza Hobold FERREIRA, Ana Caroline Nascimento BORTOLOTTO, Cássia Leticia Curti CROZATTO, Fabiano GAVA, Polyane Mazucatto QUEIROZ
Resumo
Introdução: O Queratocisto Odontogênico (QO) é um cisto que se caracteriza como uma lesão benigna, mas que pode alcançar grandes proporções. Não há um protocolo para tratamento dessa condição que pode apresentar alta taxa de recidiva. Objetivo: Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de relatar o caso clínico de um paciente que apresentou um QO e foi feito tratamento associando intervenções conservadoras. Conduta Clínica: Paciente do gênero masculino, 60 anos, procurou atendimento odontológico devido ao fato da prótese parcial removível, instalada há 60 dias, não encaixar corretamente. Ao exame clínico, observou-se um discreto aumento de volume na região posterior da mandíbula do lado direito. Para melhor avaliação, foi realizada uma radiografia panorâmica na qual foi possível observar uma imagem radiolúcida, multilocular e bem delimitada, estendendo-se da região do dente 46 para posterior em ramo ascendente da mandíbula até próximo à incisura mandibular. Foi realizada aspiração da lesão e remoção de material para análise histopatológica que confirmou o diagnóstico QO. Devido à grande extensão da lesão, o tratamento de escolha foi conservador, optando-se pela descompressão em que foi instalado um dreno e mantido por 15 dias e o paciente foi orientado a irrigar diariamente. Após a remoção do dreno, a lesão foi mantida em marsupialização por 18 meses. Resultados: Com a marsupialização da lesão constatou-se regressão até o 15° mês, com posterior estagnação. Portanto, foi realizada a Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) para planejamento cirúrgico. Com a remoção da lesão e passado 6 meses do pós-operatório, foi realizada novamente a TCFC e observada a regressão da lesão e neoformação óssea. O paciente segue em acompanhamento. Conclusão: A avaliação radiográfica é essencial para a detecção de lesões intraóssea. Lesões extensas podem ser abordadas inicialmente com descompressão/marsupialização como forma de não exigir intervenções cirúrgicas muito extensas, buscando uma intervenção mais conservadora.