Introdução: As rânulas são pseudocistos que se encontram em região de assoalho bucal e são resultantes do extravasamento de mucina para os tecidos moles circundantes após ruptura ou obstrução de um ou mais ductos excretores da glândula sublingual, sendo um subconjunto das mucoceles. Objetivos: Relatar um caso clínico de rânula na primeira infância, diagnóstico e conduta. Material e método ou Conduta Clínica: Paciente do sexo feminino, 6 anos, compareceu acompanhada da mãe ao Pronto Socorro Infantil da Universidade Estadual de Londrina. Durante anamnese, a mãe relatou aumento de volume em região inferior da língua há 3 meses, sem histórico de trauma ou mordida e ausência de episódios de recorrência. A criança se queixou de desconforto na fala e alimentação, porém sem sintomatologia dolorosa. Observou-se, ao exame intrabucal, lesão bolhosa de coloração avermelhada com 1,5 cm de diâmetro e localizada no lado direito do assoalho bucal. A lesão apresentava superfície lisa, base séssil, contorno regular e consistência flutuante à palpação. Com base nesses dados, a lesão foi diagnosticada como rânula e o tratamento proposto foi a micromarsupialização. Após enxágue bucal com solução antisséptica e aplicação tópica de anestésico, foi passado fio de sutura de seda com agulha atraumática em direção ao maior diâmetro da lesão. Após a transfixação, foi realizado movimento de “vai-e-vem” com o fio seguido de nó cirúrgico. Resultados: Após 7 dias, a lesão regrediu e a sutura foi removida. Não foram observados sinais de recidiva nos acompanhamentos seguintes de 1 e 6 meses. Conclusão: Conclui-se, portanto, que a utilização da técnica de micromarsupialização é um procedimento cirúrgico eficaz para o tratamento de rânulas orais na primeira infância, visto que é um procedimento simples, de rápida execução e bem tolerado pelas crianças, devolvendo ao paciente conforto e qualidade de vida.