Diagnóstico diferencial de lesão periapical em área de fissura labiopalatina
Mony Kelly da Silva BEZERRA, Ana Carla Pasquini Abu-Yaghi NOGUEIRA, Lidiane de Castro PINTO
Resumo
Introdução: A fissura labiopalatina é a malformação craniofacial mais prevalente entre as anomalias craniofaciais. Quando acomete o rebordo alveolar apresenta alterações ósseas visíveis radiograficamente. Essas alterações podem ser confundidas com lesões patológicas, como as lesões periapicais, devido a seu aspecto radiográfico semelhante podendo levar a erros no diagnóstico. Os exames clínicos e radiográficos complementares são indispensáveis para planejamento de tratamento. Objetivos: Apresentar as condutas clínicas para diagnóstico diferencial de lesões periapicais adjacentes à área da fissura labiopalatina. Conduta Clínica: Paciente do gênero feminino, 25 anos, fissura transforame incisivo unilateral direita, compareceu para avaliação dos dentes 11, 12 e 13. Ao exame clínico, os dentes 12 e 13 responderam negativamente aos testes de palpação e percussão e positivamente ao teste de sensibilidade ao frio, indicando vitalidade pulpar. O dente 11 apresentou nódulo pulpar com resposta inconclusiva ao teste de sensibilidade, compatível com a calcificação presente. Radiograficamente, observou-se área radiolúcida na região, compatível com lesão periapical ou área de fissura labiopalatina, não sendo possível determinar o diagnóstico. Passados 2 anos, a paciente retornou e então, novos exames clínicos e radiográficos, inclusive pela técnica de Clark foram realizados. O teste de palpação, percussão e sensibilidade foram negativos no dente 11 e então, foi realizado o teste de cavidade com resultado positivo. O diagnóstico foi estabelecido como polpa vital, sem necessidade do tratamento endodôntico. Conclusão: Nesses casos os testes clínicos nem sempre são conclusivos, devido à malformação da maxila e a inervação da área que pode estar comprometida mesmo após cirurgias reconstrutivas. Dessa forma, faz-se necessário ter amplo conhecimento da embriologia, anatomia da face, semiologia e dos aspectos radiográficos e clínicos para o diagnóstico diferencial. Possibilitando melhor atendimento odontológico e evitando assim, sobretratamentos.