Introdução: Embora o transplante dentário autógeno (TDA) seja uma alternativa biológica para a perda precoce de dentes permanentes no paciente infantil, pouco se explora sobre esse tratamento. Objetivo: A presente revisão de literatura objetivou elucidar as técnicas, indicações, vantagens e desvantagens do TDA, bem como o sucesso clínico e as complicações. Material e Método: A busca foi realizada adotando o termo “tooth autotransplantation” nas bases Pubmed, Scielo, Google Scholar, Scopus e Bireme. Os critérios de inclusão foram: artigos da última década, publicados na íntegra em inglês ou português e conteúdo condizente ao objetivo. Resultados: O TDA refere-se à transferência cirúrgica de um elemento dentário, imediatamente após sua extração do sítio doador, para o sítio receptor previamente preparado, no mesmo indivíduo. O elemento dentário, preferencialmente, deve possuir rizogênese incompleta, sendo essencial a manutenção da viabilidade do ligamento periodontal e do folículo. Quando a rizogênese está completa, o tratamento endodôntico deve ser considerado. O TDA é indicado para pacientes em fase de crescimento, nos quais o implante é contraindicado, e também para pacientes com falta de recursos econômicos. Terceiros molares e pré-molares são comumente empregados para a reposição de molares e de incisivos, respectivamente; podem-se utilizar também dentes supranumerários. Alto índice de sucesso (>90%) e baixo de complicações são reportados, sendo as mais comuns: necrose pulpar (2%), reabsorção radicular (3%) e anquilose (3%). Conclusão: Portanto, o TDA é uma abordagem biológica apropriada para o restabelecimento funcional/estético da criança, apresentando bom sucesso clínico, desde que sejam respeitadas as indicações e cuidados apropriados. O tratamento transdisciplinar (odontopediatria, ortodontia, dentística, endodontia e cirurgia) é um fator importante para o sucesso clínico.