Uso da medicação intracanal e tampão apical de MTA – relato de caso em retratamento endodôntico em área adjacente à fissura labiopalatina
Ana Carla Pasquini Abu-Yaghi NOGUEIRA, Mony Kelly Bezerra da SILVA, Lidiane de Castro PINTO
Resumo
Introdução: O tratamento endodôntico convencional possui altas taxas de sucesso, ainda assim, fracassos acontecem. O retratamento endodôntico é a primeira opção de tratamento nestes casos. Objetivo: demonstrar a importância da medicação intracanal com hidróxido de cálcio e do tampão apical com MTA neste caso clínico de retratamento endodôntico em dente com forame amplo, na área da fissura labiopalatina. Relato do Caso: Indivíduo do gênero masculino, 24 anos, com fissura labiopalatina, compareceu ao setor de Endodontia do HRAC/USP para avaliação do dente 21. Ao exame clínico, apresentou resposta positiva a percussão vertical. Radiograficamente, imagem radiolúcida circunscrita ao periápice, forame amplo, além de obturação do canal radicular deficiente e, portanto, necessidade de reintervenção endodôntica. Conduta Clínica: Durante as sessões do tratamento, irrigação com NaOCl 2,5%, desobturação do conduto, biomecânica técnica biescalonada, medicação intracanal com pasta de hidróxido de cálcio e confecção do batente com lima tipo K (#140). Foram realizadas duas sessões para trocas de medicação. Devido a ampliação foraminal, foi confeccionado tampão apical com MTA, e posterior obturação com cone de guta percha e cimento AH plus. Realizou-se proservações após 1 e 2 anos. Resultados: aos exames clínicos e radiográficos, apresentou aspectos de normalidade, indicativo de sucesso do tratamento. Conclusão: O hidróxido de cálcio apresenta propriedade microbiana favorecendo o controle da infecção e estimula neoformação óssea, enquanto o tampão apical com o MTA além de biocompatível, viabiliza um anteparo mecânico ao material obturador, mantendo-o dentro dos limites biológicos do tratamento endodôntico e propicia reparo tecidual, como observado neste caso.