A relação entre bifosfonatos e osteonecrose maxilo-mandibular: uma revisão de literatura
Gabrielle Borges Fragoso SILVA, Greice Tavares MARTINS, Catharina Simioni DE ROSA
Resumo
Introdução: Os bisfosfonatos (BFs) representam uma classe farmacêutica que exerce uma ação supressora na reabsorção óssea por parte dos osteoclastos, interrompendo assim o mecanismo de remodelação óssea, resultando, por consequência, na obtenção de um tecido ósseo de maior densidade. Além disso, tais compostos também exibem propriedades inibitórias sobre mediadores inflamatórios, os quais desempenham um papel crucial no processo de reparação de lesões ósseas. Esses compostos são utilizados no tratamento de doenças que afetam o metabolismo ósseo em associação com excessiva reabsorção. O uso clínico dos BFs teve início em 1994. Em 2004 foi publicada a primeira série de relatos que alertavam sobre seu efeito adverso mais devastador, a osteonecrose dos maxilares, principalmente quando administrados pela via intravenosa. No Brasil, a última notificação feita pela ANVISA sobre efeitos adversos relacionados ao complexo maxilo-mandibular foi em 2013, onde cita estudos sobre risco de osteonecrose mandibular em pacientes em tratamento com BFs. Objetivo: Este estudo tem como objetivo apresentar a relação entre BFs e casos de osteonecrose no complexo maxilomandibular, correlacionar a importância do Cirurgião Dentista no diagnóstico de lesões bucais durante tratamentos médicos, conceituar osteonecrose maxilomandibular associada ao uso de BFs e descrever principais formas de diagnóstico. Material e método: As buscas dos trabalhos foram realizadas na base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Google Acadêmico e na plataforma do Scielo. Conclusão: Apesar da etiopatogenia de tais lesões ainda não serem bem estabelecida, é clara a necessidade de um acompanhamento multidisciplinar do paciente, sendo a parceria médico-dentista essencial para avalição de risco e diagnóstico precoce do caso.