Introdução: Os pacientes oncológicos apresentam necessidades odontológicas significativas que requerem atendimento preliminarmente ao tratamento antineoplásico. No plano de tratamento preza-se por eliminar ou estabilizar as infecções bucais presentes, prevenindo ou minimizando efeitos secundários da terapia como a acentuação das infecções em função da neutropenia, uma disfunção sanguínea caracterizada por níveis atipicamente baixos de neutrófilos. A quimioterapia não causa danos diretamente sobre os dentes, mas sua ação sistêmica pode levar às alterações bucais como a mucosite. Conduta Clínica: Paciente do sexo feminino portadora de neoplasia de mama, 63 anos de idade, compareceu na Faculdade de Odontologia de Bauru buscando tratamento para lesões de cárie com a queixa principal “um dente com cárie escura me incomoda”. Apresentava lesão periapical associada à raiz residual do dente 12, lesão cervical cariosa no dente 44, fratura de amálgama no dente 26, restauração MO de amálgama deficiente no dente 47 e outras condições. Foram realizadas orientações gerais de educação de saúde bucal, necropulpectomia no dente 12, restauração do dente 44 e reparo de restaurações dos dentes 26 e 47 com resina composta. Resultados: Além da autoestima que a paciente recuperou, o acompanhamento odontológico no momento pré-tratamento antineoplásico possibilitou eliminar as fontes de infecção existentes, educar o paciente em relação a importância da ótima higienização bucal antes, durante e após o tratamento oncológico e discutir sobre os possíveis efeitos da terapia sistêmica na cavidade bucal. Conclusão: Conclui-se que o tratamento odontológico prévio ao antineoplásico possui relevância na promoção de qualidade de vida do paciente e importância na eliminação de fontes de infecção, que seriam, caso não tratadas, acentuadas, além de envolver o paciente no pertencimento da abordagem integrativa