Introdução: Os biomarcadores salivares de estresse oxidativo, quando analisados e quantificados na saliva humana, são utilizados para detecção de doenças orais, como a cárie dentária. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar se o tratamento clínico da cárie reverte alterações dos biomarcadores salivares de estresse oxidativo em crianças com cárie em diferentes estágios. Material e Método: Foram incluídos neste estudo 30 pacientes (CAAE: 52083921.2.0000.5420) de 4-6 anos de idade, com lesão cariosa classificada pelo ICCMSTM, atendidos em uma EMEB do município de Araçatuba, SP, Brasil, participante do projeto Sorriso Feliz (PROEX: 1503). As crianças foram divididas em 2 grupos (n=15/grupo), com lesão cariosa em esmalte (grupo A) e lesão cariosa em dentina (grupo B). Amostras de saliva não estimuladas foram coletadas dos pacientes antes, imediatamente após e sete dias após o procedimento restaurador utilizando Cimento Ionômero de Vidro (CIV), pela técnica de restauração atraumática. As coletas foram realizadas seguindo o regime de 2 horas de jejum e higienização sem produtos fluoretados. Foi feita a avaliação da concentração total de proteínas, ácido úrico (AU), capacidade antioxidante total (Total Antioxidant Capacity, TAC) e dano oxidativo (Malondialdeído, MDA) salivar. Os resultados obtidos foram comparados entre os grupos aplicando teste de multivariância (ANOVA, com pósteste de Student-NewmanKeuls, p< 0,05). Resultados: Os resultados demonstraram que a concentração de MDA aumentou após o tratamento clínico da cárie, enquanto os valores da TAC e AU salivar apresentaram uma redução. A intervenção clínica não reduziu os valores da concentração de proteína total salivar. Conclusão: Nossos resultados demonstraram que o tratamento clínico das lesões de cárie pode reverter as alterações de biomarcadores salivares de estresse oxidativo, exceto a concentração de proteínas salivares.