Introdução: Na Classe III esquelética é possível observar a mandíbula protruída em relação a maxila, podendo ser devido a retrusão maxilar, uma protrusão mandibular ou uma combinação entre ambos, o que consiste em um pior prognóstico de tratamento. O tratamento da Classe III esquelética quando feito na segunda infância, e antes do pico de crescimento puberal (5 a 12 anos de idade em média) têm um prognóstico favorável. A taxa de sucesso de um tratamento interceptativo ortopédico da Classe III é dependente do uso correto e contínuo dos aparelhos, bem como a colaboração do paciente. Objetivo: Relatar um caso clínico de tratamento da Classe III com mordida cruzada anterior num paciente do sexo masculino de 9 anos de idade. Conduta clínica: O tratamento foi iniciado com a instalação do disjuntor maxilar Hyrax modificado com ganchos vestibulares, com protocolo de ativação de 2/4 de volta do parafuso por dia, durante 7 dias no arco superior, e para o arco inferior, arco lingual de Nance com bandas cimentadas aos primeiros molares. A segunda etapa foi realizada com o uso da máscara facial de Petit para tração reversa da maxila, feito ajuste do apoio central aproximadamente 30º abaixo da rima da boca, elásticos extraorais de diamêtro ½’’ e força de 300 g por lado, uso de 16h/dia durante no mínimo 8 meses. Resultados: Conforme as medidas do exame radiográfico cefalométrico, o paciente tratado passou de uma má oclusão esquelética Classe III para Classe I, ainda com uma protusão maxilar e mandibular justificável, e correção da mordida cruzada anterior. Conclusão: Os resultados foram favoráveis, mostrando eficácia do aparelho disjuntor Hyrax atrelado a máscara facial de Petit para tração reversa da maxila, e satisfação do paciente e do responsável, o qual relatou melhora na qualidade de vida (mastigação de alimentos, respiração, fonética, entre outros), e na estética, com aumento da auto estima.