Carcinoma de células escamosas em mulheres idosas não fumantes: relato de três casos clínicos
Carolina da Silva NUNES, Andreia BUFALINO, Cláudia Maria NAVARRO, Jorge Esquiche LEÓN, Camila de Oliveira BARBEIRO, Mariana Paravani PALAÇON, Héric de Souza CAMARGO, Elaine Maria Sgavioli MASSUCATO
Resumo
Introdução: o carcinoma de células escamosas (CEC) representa mais de 90% dos cânceres da cavidade bucal. É mais comum em homens, entre a sexta e sétima décadas de vida e geralmente está associado ao tabagismo e o etilismo. Objetivo: relatar três casos clínicos de CEC em mulheres idosas, que não eram expostas aos fatores de risco tradicionais para o desenvolvimento dessa lesão. Conduta Clínica: primeiro caso, paciente de 70 anos com ulceração em língua, 1 centímetro de diâmetro, leito eritematoso, bordas elevadas e endurecidas, dolorosa ao comer e falar, sem linfonodos palpáveis e dois anos de evolução. Segundo caso, paciente de 72 anos, apresentava lesão ulcerada extensa em mucosa jugal, 3 centímetros de diâmetro, leito granulomatoso, bordas elevadas e endurecidas, com linfonodos submandibulares palpáveis, relatando evolução de quatro meses. Terceiro caso, paciente de 74 anos, apresentava lesão ulcerada em língua, de aproximadamente 0,5 centímetro em seu maior diâmetro, leito necrótico, bordas elevadas e endurecidas, associada à placa branca com cinco anos de evolução (sic), sendo que não havia envolvimento de linfonodos. Resultados: foram realizadas biópsias incisionais em todos os casos e o diagnóstico histopatológico foi de carcinoma de células escamosas. As pacientes foram encaminhadas ao oncologista de cabeça e pescoço e permanecem em acompanhamento. Conclusão: nos últimos anos houve um aumento no número de casos de CEC em mulheres idosas sem comportamentos de risco e sua etiologia ainda é incerta. Mas, sabendo dessa possibilidade, sugere-se maior cuidado com esse público e acompanhamento periódico, a fim de se detectarem lesões potencialmente malignas e possíveis fatores de risco.