Introdução: O tratamento do paciente com obesidade severa é a cirurgia bariátrica, que promove a perda de peso e sua manutenção. Entretanto, o reganho de peso após a cirurgia tem ocorrido, especialmente, durante a pandemia do coronavírus. As alterações ocorridas no estado geral e seus reflexos na saúde bucal são relevantes para a qualidade de vida dos pacientes. Objetivos: O presente estudo de caso tem por objetivo identificar as alterações bucais e o reganho de peso, em uma paciente após 7 anos de cirurgia bariátrica (CB). Conduta Clínica: Foi realizada avaliação das condições socioeconômicas, doenças sistêmicas, análise antropométrica (IMC), gengivite e perda dentária, antes (T1) e 7 anos após (T2) da cirurgia bariátrica. A paciente do sexo feminino, cor branca, 42 anos de idade, 1º grau incompleto, renda entre a 1 a 2 salários-mínimos. A paciente não apresentou diabetes mellitus e/ou hipertensão em nenhum dos dois períodos. O IMC em T1=65,23kg/m2 e em T2=49,6kg/m2 (obesidade de grau III), mas após a cirurgia conseguiu pesar 34,87kg/m2 (obesidade de grau I). O reganho de peso ao longo do tempo fez a paciente voltar ao quadro de obesidade severa 7 anos após a CB (P=127kg). A gengivite esteve presente em T1=49,6% dos sítios e em T2= 100% dos sítios examinados. Os dentes apresentaram maior perda óssea em T2 que em T1. Entre T1 e T2 houve perda de dois dentes. Conclusão: A paciente após 7 anos de CB mostrou reganho de peso voltando a apresentar obesidade severa, a inflamação gengival aumentou e ocorreram perdas dentárias. Este estudo de caso mostrou a importância do cirurgião-dentista na equipe multiprofissional de manejo do paciente obeso, evitando piora na qualidade de vida após a CB.