Introdução: A radiação ultravioleta proveniente da luz solar pode causar danos ao lábio de pessoas que trabalham expostas ao ar livre sem proteção. Este dano é representado inicialmente pela queilite actínica, um processo inflamatório crônico do lábio com potencial de evolução para carcinoma espinocelular. Objetivo: Relatar e discutir um caso clínico de queilite actínica atendido na clínica de Diagnóstico Bucal do UNIFAE. Conduta clínica: O presente caso expõe o diagnóstico e manejo de uma lesão branca assintomática em lábio inferior de um homem leucoderma de 72 anos de idade. Na anamnese, o paciente afirmou ser aposentado, realizar atividades ao ar livre com uso de boné e protetor labial, além de histórico de câncer de pele há cerca de sete anos. Ao exame físico, notouse no lábio inferior a presença de uma placa branca, mal delimitada, ora de aspecto rugoso, ora com ulceração, além da perda de definição dos limites muco-cutâneos. A hipótese diagnóstica foi de queilite actínica. Uma biópsia incisional foi realizada. O material foi encaminhado para análise histopatológica no Laboratório de Patologia da FOB-USP. O diagnóstico de queilite actínica sem displasia epitelial foi estabelecido. O paciente foi reorientado quanto ao uso do protetor labial, evitar exposição solar excessiva e alertado sobre o risco de evolução da lesão. Resultados: Na consulta de retorno, notou-se melhor aspecto do lábio inferior e o paciente afirmou estar realizando prevenção adequada. Paciente segue em acompanhamento. Conclusão: A ausência de displasia foi uma informação relevante para o seguimento clínico do paciente. Em caso de displasia, é necessário obter o grau da mesma para a tomada de decisão clínica. O cirurgiãodentista deve estar capacitado para diagnosticar e realizar condutas terapêuticas para os diferentes casos de queilite actínica.