Revista de Odontologia da UNESP
https://revodontolunesp.com.br/article/65dc9681a953953c091a79d3
Revista de Odontologia da UNESP
Congress Abstract

Avaliação de parâmetros salivares e uso de medicamentos em pacientes edêntulos como fator de risco para a estomatite relacionada à prótese

Pillar Gonçalves PIZZIOLO, Eleonora Nardi CAMPOS, Lorena Mosconi CLEMENTE, Viviane de Cássia OLIVEIRA, Ana Paula MACEDO, Helena de Freitas Oliveira PARANHOS, Cláudia Helena SILVA-LOVATO, Adriana Barbosa RIBEIRO

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Resumo

Introdução: A estomatite relacionada à prótese (ERP) é uma doença inflamatória crônica prevalente na população edêntula usuária de prótese total. Esta população normalmente é idosa e pode fazer uso de medicações sistêmicas, podendo afetar a função das glândulas salivares ou manifestar xerostomia (sensação de boca seca). Objetivo: Este estudo clínico transversal teve como objetivo correlacionar parâmetros salivares (fluxo salivar e xerostomia), uso de medicamentos e o grau de ERP em pacientes edêntulos totais. Material e Método: A saliva não estimulada foi coletada entre 9:00 e 11:00 horas da manhã, durante 10 minutos pelo método de cuspir. O fluxo salivar (FS) foi calculado pelo volume (mL) de saliva não estimulada por minuto. A xerostomia e as medicações foram autorrelatadas pelos pacientes por meio de questionários específicos. Para avaliar o grau da ERP considerou-se a classificação de Newton modificada. Os testes qui-quadrado de Pearson e Spearman foram considerados com o nível de significância de 5%. Resultados: Um total de 184 pacientes (65,5±6,8 anos) foram avaliados. Foi verificada correlação negativa entre FS e grau de ERP (p=0,009, r=-0,194). Porém, xerostomia não apresentou correlação com o grau de ERP (p=0,773, r=-0,02). O FS apresentou correlação negativa com a xerostomia (p=0,0039; r=- 0,212). Os medicamentos de uso mais frequentes (valor absoluto) foram: anti-hipertensivo (n=107), anticoagulantes (n=47), antidepressivo (n=38) e antidiabético (n=39). Destes, somente o antidepressivo obteve correlação negativa com o FS (p=0,038; r=-0,154), as demais medicações não apresentaram correlações com o FS e ERP. Conclusão: O estudo indica que a hipossalivação pode ser um fator de risco para a presença de ERP, entretanto, a xerostomia não mostrou um parâmetro confiável para esta correlação, embora seja um sinal subjetivo importante para a avaliação clínica. O uso de medicamentos nesta população mostrou que a associação de antidepressivos e fluxo salivar poderia ser um fator considerado como fator de risco de ERP.

Palavras-chave

Estomatite sob prótese; Fatores de risco; Prótese total.
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Rev. odontol. UNESP

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